Mansão do ex-diretor do Senado e a sucessão em 2010
Recluso na sua mansão avaliada em R$ 5 milhões, localizada no Lago Sul, área nobre de Brasília, o ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, recebeu a solidariedade do ilustre parente e líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). Ele foi afast
Publicado 06/03/2009 21:32
Além da relação de parentesco com o senador do DEM, Agaciel mantinha sempre estreita ligação com os principais caciques da Casa. Renan Calheiros (PMDB-AL), José Sarney (PMDB-AP) e o ex-senador Antônio Carlos Magalhães , morto em 2007, são apontados como padrinhos dele.
Por conta disso, Agaciel seria a bola da vez da campanha sistemática na mídia contra o PMDB de Sarney e Renan. Enfraquecer esse grupo faz parte do jogo sucessório para 2010, tendo em vista as alianças futuras.
Não é à toa a grande repercussão que ganhou no meio político a entrevista do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à revista Veja. O senador disse que a maioria dos integrantes do seu partido só pensa em corrupção e que a eleição de Sarney foi um retrocesso.
O primo distante do senador Agripino administrou o Senado por 14 anos. Reconhecido como um homem poderoso, Agaciel é acusado pelo Ministério Público Federal de envolvimento em esquemas de fraudes nas licitações na Casa.
A ocultação da sua mansão no Lago Sul, que em 1996 ele transferiu por meio de um contrato de gaveta para o seu irmão, o deputado federal João Maia (PR-RN), teria como objetivo evitar o bloqueio do bem. Desvendada a transação, foi feito o pedido de bloqueio da mansão.
Folha cobra paternidade
A questão a se levar em conta é que a mansão de Agaciel não poderia estar oculta desde 1996 quando ele adquiriu o imóvel. Em 2005, o Ministério Público já havia aberto processo por impropriedade administrativa contra Agaciel inclusive com o pedido de indisponibilidade dos seus bens. Todo o procedimento ganhou grande repercussão na mídia.
Ou seja, a denúncia sobre a mansão já poderia vir a público muito antes não fosse o interesse em divulgar o assunto num momento oportuno. Pela suntuosidade da casa e, em se tratando de quem mora no local, fica difícil imaginar por que o assunto só agora veio à tona.
Em matéria divulgada nesta sexta (6), o jornal Folha de S.Paulo, cobra sua paternidade: “Segundo a Procuradoria, o pedido ocorre depois de a Folha ter revelado o caso. Na ação cautelar, os procuradores citam a farsa promovida pelo servidor de ocultar a propriedade do imóvel, registrando-o no nome de seu irmão e deputado João Maia (PR-RN)”, diz o texto da matéria sobre o pedido de bloqueio dos bens.