Ubes: blitz da reserva de vagas pressiona votação no Senado
Para pressionar o Senado a aprovar a reserva de 50% das vagas, com cotas raciais, nas universidades públicas para estudantes de escolas públicas, a Ubes realizou, na manhã desta quarta-feira (11), uma Blitz da Reserva de Vagas em Brasília. Apesar da forte
Publicado 12/03/2009 12:03
Fruto da mobilização, os estudantes foram recebidos pelo presidente da Casa, o senador José Sarney (PMDB-AP), e também Demóstenes Torres (DEM-GO), presidente da CCJ. Durante o encontro, Sarney afirmou aos estudantes que o projeto será incluído na pauta de votação do Senado. No entanto, segundo ele, a data será definida somente após a realização da audiência pública requerida por Tasso Jereissati (PSDB-CE).
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), relatora do projeto, disse que provavelmente fará algumas modificações em seu texto para esclarecer mais a questão de renda — fator que tem gerado polêmica entre os senadores. ''É elogiável a atitude desses estudantes'', agregou a senadora ao saudar a Blitz da Reserva de Vagas, destacando que a Ubes mostrou que é parte interessada na aprovação do projeto.
O texto do projeto prevê que, dentro da cota de 50%, as vagas devem ser preenchidas por candidatos ''autodeclarados negros, pardos e indígenas'', em número no mínimo igual à proporção destas populações no Estado onde fica a instituição de ensino. Para tanto, serão considerados os dados do último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O projeto também contempla um critério social no sistema de cotas, com 25% das vagas reservadas destinadas para aqueles que, além de terem estudado em escolas públicas, sejam de famílias com renda de até um salário mínimo e meio por pessoa (cerca de R$ 622,50), independente de raça ou etnia.
Senado barra anseio da população
Para o presidente da Ubes, Ismael Cardoso, a aprovação da reserva de vagas é de suma importância para acabar com o histórico de exclusão da juventude. ''O que acontece hoje é que quem estuda no ensino médio privado entra para a universidade pública e quem estuda no ensino médio público entra para a universidade privada'', protestou.
''Não aceitamos mais ficar de fora da universidade. Viemos conversar com cada senador e pedir o seu apoio pela aprovação do projeto. O Senado precisa atender a um anseio da população, que apóia amplamente a reserva de vagas'', enfatizou a liderança.
A mobilização contou também com o apoio do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) e da deputada federal Manuela D'ávila (PCdoB-RS). A blitz foi finalizada com um ato onde vozes ecoaram palavras de ordem como ''Filho de pedreiro vai poder virar doutor'', ''Sou estudante, quero estudar. Reserva de Vagas Já!''.