Ações contra a crise dividem G-20, diz autoridade
O encontro dos ministros de Economia e Finanças do Grupo dos Vinte (G-20, os países mais ricos e os principais emergentes) e os presidentes dos bancos centrais não deverá resultar em um pedido uníssono pela aplicação de mais medidas de estímulo fiscal, af
Publicado 14/03/2009 15:56
O grupo prepara a agenda para a reunião de cúpula dos líderes do G-20 que acontecerá em 2 de abril em Londres. A declaração sinaliza que as autoridades presentes entraram no encontro ainda divididas sobre se a melhor saída para a atual crise econômica e financeira.
O G-20 se divide em utilizar políticas que envolvam novos pacotes de estímulo e cortes de impostos ou uma melhor regulação do sistema financeiro mundial. Na abertura do encontro, o ministro das Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, expressou otimismo, de que o encontro terá sucesso em levar uma agenda para a reunião de líderes em abril.
“Após as discussões da noite passada, estou seguro de que obteremos progresso como parte dos preparativos para o encontro de líderes e ministros das finanças de abril em Londres, quando precisaremos estar concentrados em três grandes questões, de sustentação das economias, retomada do crédito e, é claro, a garantia de que não apenas alguns, mas todos sejam beneficiados pelo que faremos”, afirmou Darling.
Do encontro deste sábado, precedido ontem por reuniões bilaterais e um jantar, deve resultar um comunicado, a ser divulgado após as 12h (de Brasília). A administração do presidente norte-americano, Barack Obama, quer que outras nações sigam os Estados Unidos, que adotaram um pacote de estímulo econômico de US$ 787 bilhões.
Mas os governos europeus relutam, argumentando que seus sistemas de sociais são mais generosos, implicando aumento nos gastos com benefícios aos desempregados e queda na receita com impostos, um “estabilizador automático” que na prática é equivalente a um pacote de estímulo fiscal.
“Não haverá um pedido para que se faça mais agora”, disse a autoridade europeia. “Haverá um pedido para coordenação”, acrescentou. A autoridade europeia afirmou que o comunicado pode trazer um acordo para elevar os recursos disponíveis do Fundo Monetário Internacional (FMI) aos países em desenvolvimento que foram mais atingidos pela crise financeira global.
Mas o montante ainda está em discussão, observou. O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, pediu que os recursos disponíveis fossem triplicados para US$ 759 bilhões.
Consenso
O G-20 também deve chegar a um consenso sobre a exigência de registro das agências de classificação de risco de crédito, medida que atende a demanda de governos de muitos países em desenvolvimento de maior regulação de tais companhias. Mas o discurso sobre o tratamento dos paraísos fiscais não está afinado, com a China resistindo negociar, diante de preocupações sobre o efeitos de medidas nesse sentido em Hong Kong e Macau.
Nos últimos dias, alguns países considerados paraísos fiscais assinaram acordos de partilha de informações sobre impostos com nações do G-20. Outros, como Liechtenstein, concordaram adotar padrões básicos de distribuição de informação de acordo com as regras da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A Suíça ontem declarou estar disposta a fazer concessões nas leis de sigilo bancário e prometeu maior cooperação com os países estrangeiros na busca por casos de evasão fiscal. Contudo, o país disse que manterá suas regras de sigilo e continua sem disposição de entregar automaticamente informações confidenciais de clientes para outros países. A decisão suíça será aplicada na forma de acordos bilaterais, afirmou o governo. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Estadão