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Mantega quer antecipar cota presencial do Brasil no FMI

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerou neste sábado (14) “boa, mas insuficiente”, a antecipação da data estipulada para negociar a cota brasileira de representação no Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2011, e pretende antecipá-la ainda mai

Mantega disse que pretende conseguir uma data ainda mais próxima, embora os ministros de Finanças e Economia e presidentes de bancos centrais do Grupo dos Vinte (G20, os países ricos e os principais emergentes) já tenham antecipado em dois anos o ano de revisão do FMI, durante a reunião de hoje em Horsham, no sul da Inglaterra. Na cúpula de novembro, em Washington, o grupo havia marcado esta revisão somente para 2013.


 


Em entrevista coletiva posterior ao encontro, o ministro da Fazenda considerou “um triunfo” a nova data de 2011, mas ressaltou achar necessário antecipá-la, já que até lá “ou a crise terá acabado ou estaremos mortos”.


 


Da mesma forma que as demais economias emergentes do grupo conhecido como Bric (com Rússia, Índia e China), o Brasil condiciona a contribuição com dinheiro ao FMI a ter mais presença nesse órgão, atualmente dominado pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE).


 


Os países do Bric estão de acordo em aumentar os recursos para ajudar os países em desenvolvimento mais afetados pela crise, mas consideram que, nestas circunstâncias, o peso deve recair nas economias mais poderosas, sobretudo na dos EUA, país onde se originou o colapso do sistema financeiro -e cujo presidente, Barack Obama, recebeu Lula hoje na Casa Branca.


 


Mantega e o presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, avaliaram positivamente o resultado da reunião deste sábado, que fixou a agenda da cúpula de chefes de Estado e de Governo que acontecerá em Londres, em 2 de abril.


 


Segundo Meirelles, houve consenso sobre necessidade de atuar conjuntamente, tomando as medidas necessárias para sair da recessão, e “não houve grandes divergências” nem sequer no polêmico assunto dos incentivos fiscais, embora ele admita, há diferentes enfoques.


 


Washington e Londres são favoráveis a aumentar incentivos fiscais equivalentes para 2% do PIB global, medida à qual se opõem alguns países da União Europeia, liderados por Alemanha e França, que consideram que já comprometeram demais seus orçamentos.


 


Meirelles declarou-se contrário a fixar porcentagens concretas para estes incentivos, porque “cada país deve atuar segundo suas necessidades”. Segundo ele, todos os países se declararam a favor de “aplicar políticas monetárias e tributárias expansivas”, mas ficou claro que “cada um deve decidir o que mais lhe convenha”.


 


Mantega afirmou que o Brasil ainda tem margem para aprovar incentivos fiscais, lembrando que o país já cortou imposto de renda e sobre vendas de automóveis, entre outros-, mas ressaltou que não tomará nenhuma medida que “comprometa o equilíbrio fiscal”.


 


Para o ministro, um dos pontos mais importantes para sair da crise é que os EUA e Europa “recapitalizem e saneiem (de ativos tóxicos) seus sistemas bancários”, já que isso daria garantias aos investidores, restabeleceria o crédito e devolveria a confiança aos mercados. Mantega e Meirelles também insistiram em que se regule o sistema financeiro para torná-lo mais transparente.


 


Fonte: EFE