Eleição em Francisco Sá: Zé Mário (PV) 52,8% X Denilsão (PCdoB) 47,2%

Eleitores de cinco cidades brasileiras voltaram às urnas ontem para eleger os prefeitos que administrarão os municípios por três anos e nove meses. Em Minas Gerais, aproximadamente 24 mil eleitores voltaram às urnas. Em Francisco Sá (Norte de Minas), o

Em Fronteira dos Vales (Vale do Mucuri), ganhou a eleição, com 1.731 votos (51,66%), o candidato Rozinê Sena de Oliveira (PR), que teve como vice Nilson Xavier de Andrade (PT). Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), compareceram 3.448 (91,34%) dos eleitores; votaram nulo 81 (2,35%) e em branco 16 (0,46%).



Já em Ponto Chique, também no Norte do Estado, a professora Iris Pereira Ramos, do PMDB e esposa do ex-prefeito Agostinho Ramos, foi eleita por diferença de apenas 50 votos. Teve 1.503 votos, enquanto o ex-prefeito Geraldo Magela Flávio Rebello (PP), teve 1.453 votos. Foram computados 15 votos em branco e 62 nulos.


 


Clima Tenso


 


O clima de tranquilidade que reinou durante a campanha não prevaleceu ontem em Francisco Sá. Nem mesmo a presença das polícias Federal, Militar e Civil foram suficientes para acalmar os ânimos dos cabos eleitorais. Alguns chegaram a trocar empurrões nas imediações da escola estadual Tiburtino Pena, depois que os dois candidatos votaram.


 


A eleição em Francisco Sá foi realizada em razão da anulação dos votos dos candidatos Antônio Soares Dias e Ronaldo Ramom Fernandes, na eleição de outubro passado. Ambos foram afastados do cargo pela Justiça Eleitoral.


 


O juiz Ademar Batista da Paixão explicou que a única urna a apresentar problema em Francisco Sá foi na comunidade rural de Poçãozinho, mas o problema foi resolvido de imediato. Na localidade de Terra Quebrada, a 18 quilômetros da cidade, uma pessoa foi presa pela Polícia Militar acusada de comprar votos por R$ 20. Porém, o maior incidente ocorreu pela manhã, quando o juiz determinou a abordagem do detetive Ademar Gomes da Silva, acusado de estar armado, ameaçar eleitores e ainda fazer segurança particular para o ex-prefeito Antônio Dias, que fazia campanha para o candidato José Mário Pena (PV).


 


O detetive foi detido pela PM, mas seus colegas impediram que fosse levado na viatura militar e o encaminharam à Delegacia no carro do próprio acusado. O detetive estava lotado na Delegacia de Francisco Sá, mas foi colocado a disposição da Delegacia Regional em Montes Claros.


 


O delegado Jurandir Rodrigues César Filho manteve o detetive detido até o término da votação. Ele esperava por testemunhas das ameaças para decidir se faria o flagrante. Ele explicou que o policial responderá a sindicância interna. Se praticava segurança particular e se comprovado o abuso de autoridade, será indiciado.


 


Candidatos


 


Os dois candidatos votaram no mesmo local: a escola estadual Tiburtino Pena. O primeiro a votar em Francisco Sá foi o candidato Denilson Rodrigues da Silveira, do PCdoB, às 10 horas. Ele chegou ao local com mais de 10 crianças e do deputado estadual Carlin Moura.



 
O vitorioso na disputa, José Mário Pena, do PV, que foi prefeito de 1983 a 1988, votou às 11 horas, acompanhado da esposa Celina e do filho Ives. Avisou que, se eleito, mandaria investigar o que foi realizado pelo ex-prefeito Ronaldo Ramom Fernandes, pois garante que receberá uma herança ruim, com muitos problemas.


 


O juiz Ademar Paixão explica que o eleito será diplomado no dia 3 de abril e pelo compromisso da Câmara Municipal, será empossado no mesmo dia.
Em todos os casos a eleição extemporânea foi determinada pela Justiça Eleitoral porque mais de 50% dos votos foram anulados após o indeferimento de registros dos candidatos nas eleições realizadas em outubro do ano passado.


 


Já foram realizadas no país 22 eleições suplementares referentes ao pleito de 2008. Até abril, outras seis cidades terão novas eleições.


 


A diplomação dos eleitos tem que acontecer até 10 de abril, seguida de posse em cerimônia realizada pelas respectivas câmaras municipais. As datas da diplomação ficam a critério dos juízes eleitores de cada cidade desde que seja cumprido prazo limite fixado pela Justiça Eleitoral.


 


Por Girleno Alencar, da Sucursal de Montes Claros do jornal Hoje em Dia.


Título e intertítulos do Vermelho Minas