Aracruz Celulose revê investimentos no ES

A transnacional Aracruz Celulose amargou, em 2008, o maior prejuízo da história de uma companhia aberta de capital privado no País, afirma Nerter Samora em matéria publicada no sítio Século Diário. A gigante no setor de celulose registrou perdas de R$ 4,2

Segundo o balanço financeiro divulgado na última semana, a fabricante de celulose registrou um prejuízo líquido de R$ 4,23 bilhões durante o ano de 2008. As perdas de US$ 2,1 bilhões em operações de derivativos cambiais foram o principal fator para o prejuízo recorde, considerado o maior de uma companhia de capital privado e o 2º maior de toda história financeira no País.


 


A dívida líquida da Aracruz aumentou 171% no quarto trimestre de 2008 na comparação com o terceiro trimestre e saltou incríveis 292% em relação ao fim de 2007. No dia 31 de dezembro de 2008, a dívida consolidada da Aracruz fechou em R$ 8,682 bilhões – valor suficiente para erguer uma nova companhia.


 


Esse cenário de abalo contribuiu para o sentimento de apreensão nas áreas onde a companhia atua no Espírito Santo. No município que deu nome à transnacional, a situação é mais complicada. Em função das perdas e redução da demanda internacional de celulose, o recolhimento de tributos (no caso, a cota parte do ICMS sobre o Valor Agregado) teve queda, segundo fontes da prefeitura.


 


Além desses números que ainda não foram computados, os postos de trabalho na planta industrial de Barra do Riacho estão ameaçadas. A Aracruz Celulose já despediu 140 funcionários, sem contar as baixas entre os terceirizados – maior parte da força de trabalho da companhia. A transnacional ainda rompeu o contrato com a empresa de vigilância Visel, que prestava serviços na fábrica, nas terras e também no porto particular da companhia, Portocel.


 


Segundo o informe que acompanhou os números, a direção da Aracruz informou que poderá vender ativos não-operacionais, como terras e florestas que não estão sendo usadas para a produção de celulose. Mesmo sem citar o programa de fomento florestal da companhia, a situação para os produtos que optaram pelo plantio “terceirizado” de eucalipto em suas terras poderá também se agravar.


 


Sem contar os reflexos diretos no Espírito Santo, a Aracruz adiou dois projetos de expansão nas novas linhas de produção de Guaíba, no Rio Grande do Sul, e da Veracel, no sul da Bahia. A companhia também suspendeu a compra de terras para o projeto de novas fábricas em Governador Valadares, em Minas Gerais.


 


Da Redação do ES.