Após licença, Luizianne Lins critica polemizações
Em 1ª entrevista na Capital cearense, após retorno, prefeita parece não ter assimilado derrota na Câmara Municipal
Publicado 10/04/2009 12:54 | Editado 04/03/2020 16:35
´É necessário que a Câmara Municipal não seja um problema para a cidade, ela tem que ajudar Fortaleza e o governo. Não adianta ficar buscando polêmica para aparecer na imprensa, como um ou outro vereador quer fazer´, criticou. Desta maneira, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), retoma suas atividades, após 15 dias afastada do cargo e muitas especulações sobre seu estado de saúde.
Esta e outras declarações sobre o novo secretariado, as dificuldades administrativas e seu estado de saúde foram dadas, ontem pela manhã, em entrevista ao telejornal CE TV 1ª Edição da TV Verdes Mares. Luizianne revelou que sua pressão, no dia em que foi acometida pela indisposição (12 de março), chegou a 24/16. Fato que fez a equipe médica suspeitar de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). ´Se eu não tivesse uma estrutura coronária boa, eu teria morrido´, afirmou a prefeita de Fortaleza.
Reunindo em sua carreira política seis anos como parlamentar e quatro como prefeita de Fortaleza, Luizianne afirmou ter sido ´o trabalho sem tréguas´ o causador do mal estar. ´Cheguei no meu limite físico, tive uma dor de cabeça, uma cefaléia absolutamente insuportável´, pontuou a petista, que foi submetida a uma bateria de exames durante sua estadia em São Paulo, de 20 a 25 de março, para se certificar de que estava fisicamente bem. ´Não tive AVC e nem sou hipertensa´, ressaltou, acrescentando, ´mas os níveis de estresse foram tão altos que os médicos disseram que eu tinha que parar por uma semana´.
Luizianne Lins também chamou a atenção para o contexto político do qual faz parte, saindo de um mandato onde somente um vereador foi eleito por sua coligação (Sérgio Novais – PSB, eleito em 2004), para uma base aliada composta por 29 membros.
Com tanto ´apoio´, a prefeita afirmou que não imaginava ter problemas. Mas o processo de eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal provou o contrário. ´Nós vamos manter uma relação institucional´, disse a petista acerca de sua relação com o presidente daquela Casa, Salmito Filho (PT) e o vice-prefeito Tin Gomes (PHS).
Já a pouca comunicação com a base aliada, a gestora considera ser algo normal. Segundo ela, um prefeito não pode viver em função de uma agenda externa. ´Recebi todos na gestão passada e já recebi seis ou sete nesta. Quando eu era vereadora (1997/2002) só me reuni uma vez com o prefeito (Juraci Magalhães), mas eu não o achava inacessível por isso. Ele era o prefeito´, destacando que vai se reunir com os vereadores da base aliada no momento oportuno.
Luizianne também apontou os contratempos ocasionados pela eleição da Mesa Diretora como os responsáveis pela demora na indicação do novo secretariado. Tendo em vista que, para compensar a não eleição de um vereador do PSB, como presidente da Câmara Municipal, alguns acordos tiveram que ser refeitos. A prefeita apontou as dificuldades impostas pela Lei 8666/93 como um dos motivos pela lentidão em algumas obras públicas.