Sem categoria

Bolívia: oposição não obtém mudança do Tribunal Eleitoral

O governo boliviano rejeitou, nesta quarta-feira, o pedido da oposição de mudar o presidente do Tribunal Eleitoral, tendo em vista as próximas eleições gerais, que serão realizadas em dezembro deste ano. Para a gestão de Evo Morales, os adversários b

O presidente do Tribunal Eleitoral boliviano, José Luis Exeni é acusado pelos opositores de parcialidade em favor do governo. O porta-voz da presidência, Ivan Canelas, atribui as denúncias a uma nova tentativa de evitar a realização das eleições, convocadas na terça-feira pelo presidente Evo Morales, após aprovação no Congresso da lei eleitoral.

“A renúncia ou a mudança do presidente do Tribunal Eleitoral, obviamente, não pode ser de nenhum ponto aceitável”, assegurou Canelas, reiterando que os opositores “não querem eleições”.

A polêmica teve início porque Exeni havia afirmado, dez dias atrás, que não haveria tempo suficiente para implementar todas as mudanças que a nova lei eleitoral exige até o dia 6 de dezembro, quanto os bolivianos escolherão seus novos representantes do Executivo e do Legislativo federal. Contudo, o presidente do Tribunal Eleitoral mudou de posição no último sábado.

“Ficou comprovada sua anuência e afinidade com o governo. Seria melhor que ele saísse, porém, de acordo com as circunstâncias, só nos resta fiscalizar a implementação do novo sistema”, declarou o deputado de oposição Oscar Urenda.

“Tenho o direito de desconfiar do senhor Exeni, acredito que por ética profissional deveria renunciar e se não o fizer o governo deve fazê-lo para garantir transparência”, opinou por sua vez o senador Jorge Aguilera.

Para a deputada Lourdes Millares, a implantação do sistema biométrico de voto, previsto pelo novo código eleitoral, é “muito importante como avanço técnico”, porém “a confiabilidade e transparência em sua utilização dependem de quem o administra”.

O porta-voz Canelas, por sua vez, alerta para a existência de “grupos de direita radical que estão infiltrados em alguns comitês cívicos e que têm seus parlamentares”.
Segundo ele, esses grupos são os que exigem agora a mudança de Exeni para “evitar as eleições de dezembro por temor de derrota”.

O próprio Exení afirmou, esta quarta, que não renunciará, nem responderá à oposição. “Não podemos, por princípio de responsabilidade institucional, nos pronunciarmos sobre essas declarações políticas e, menos ainda, polemizar com atores que já estão, de maneira prematura, em campanha eleitoral”, afirmou.


Fontes: Ansa e ABI