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Marrocos: regime prepara terreno para leis mais restritivas

No Marrocos, as classes dominantes vivem uma profunda e asfixiante crise global, por se ter tornado clara a falsidade das promessas da anunciada etapa de transição democrática pós-Hassan II – nova era, democracia, mobilização nacional para o desenvolvi

Com as massas em luta na rua, essa democracia de escaparate entrou num beco sem saída quando os marroquinos boicotaram massivamente as fraudulentas eleições legislativas de Setembro de 2007.



Prisioneiro de uma política antidemocrática e antipopular, o regime responde com desespero às justas reivindicações dos cidadãos para fazer frente à carestia de vida, à flexibilização dos despedimentos e em massa dos trabalhadores, ao crescimento do desemprego e da pobreza extrema, à marginalização, precariedade dos serviços públicos, etc.



Recorre à coerção, reprimindo as populações de Sidi Ifni, Sefrou, Bouarfa, Alhucenas, Marraquexe e Rabat, e ao diálogo social, com o propósito de conter os protestos (por exemplo, a criação de uma comissão parlamentar para investigar a repressão em Sidi Ifni) e prepara o terreno para a aplicação de leis mais restritivas (projeto de lei para regular o direito à greve e de sindicalização).



A condenação da política opressora do regime marroquino passa pela solidariedade com as vítimas da repressão; pela exigência da libertação imediata de todos os presos políticos, em particular dos estudantes de Marraquexe, e uma investigação independente ao assassinato do estudante Abderrezak Algadiri na esquadra da polícia, depois de ter sido preso na manifestação de solidariedade com os palestinianos de Gaza em 27 de Setembro; pelo repúdio do relatório da comissão parlamentar sobre a repressão do levantamento popular de Sidi Ifni, que iguala o verdugo às vítimas; pela satisfação pelo Estado de todas as reivindicações populares; pela denúncia da subida dos preços e pela luta contra estes aumentos, através das mais diversas formas, organizadas pelas forças democráticas e de esquerda, sindicatos, associações, em particular as promovidas pelas coordenadoras nacionais criadas para esse fim.



Nunca é de mais reafirmar a necessidade da aplicação do princípio de autodeterminação do povo sarauí, e do prosseguimento das negociações directas na busca de uma solução política para o conflito que evite a calamidade da guerra, que cesse a repressão e o cerco imposto ao Saara e restitua todos os direitos ao povo sarauí.



Fonte: Kaosenlared, a partir de um comunicado do Comitê Nacional da Amahj Addimocrati (Via Democrática)