Uberaba se prepara para 1º de maio unificado

As comemorações em homenagem ao dia do trabalhador serão realizadas durante todo mês de maio em Uberaba (MG). O inicio das atividades será no dia 30 de abril às 15h00 no Plenário da Câmara Municipal, com lançamento da Central dos Trabalhadores do Brasi

A história do 1ª de Maio


 


O Primeiro de Maio rememora o assassinato de cinco sindicalistas norte-americanos, numa das maiores mobilizações operárias celebradas naquele país, reivindicando a jornada laboral de oito horas em 1886.


 


Em julho de 1889, um Congresso socialista /comunista, acordou celebrar o Primeiro de Maio como jornada de luta do proletariado de todo o mundo e adotou a seguinte resolução histórica: “Deve organizar-se uma grande manifestação internacional numa mesma data de tal maneira que os trabalhadores de cada um dos países e de cada uma das cidades exijam simultaneamente das autoridades públicas limitar a jornada laboral de oito horas e cumprir as demais resoluções deste Congresso Internacional de Paris”.


 


No inverno de 1872, em Chicago, milhares de operários sem lar e famintos por causa do grande incêndio, fizeram manifestações pedindo ajuda. Muitos levavam cartazes nos quais estava inscrita a consigna “Pão ou sangue”. Receberam sangue. A repressão policial os obrigou a refugiar-se no túnel sob o rio Chicago, onde foram tiroteados e golpeados.


 


Brasil, Minas Gerais e Uberaba.


 


O eixo de luta, acordado em uma reunião, nesta quinta-feira (24) em Belo Horizonte, entre as lideranças das centrais sindicais, será: Redução da jornada de trabalho sem redução de salário;  Reforma urbana e agrária; Defesa do emprego e renda; Valorização dos serviços e servidores públicos.


 


 Segundo Lourival dos Santos (PCdoB) ''as comemoração do Dia Internacional do Trabalhador neste ano tem uma importância a mais porque ocorre em meio à crise econômica, com desemprego e precarização no trabalho. É por isso que a mobilização de todos é mais importante do que nunca.''


 


Novos sinais na economia e no mercado de trabalho parecem indicar uma pequena melhora nos efeitos da crise no Brasil. O mês de março ultrapassou fevereiro e teve saldo positivo de 34.818 novas vagas de trabalho, segundo dados do Ministério do Trabalho e o setor automobilístico, um dos que mais se mostraram sensíveis na economia nacional, está suspendendo os acordos de redução de jornada e de salários. Não é para menos. “Em março, foram licenciadas 42 mil novos no Brasil apenas da GM, número que é 45% maior do que em fevereiro e 3% a mais que em março de 2008”, diz Marcelo Toledo, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista.


 


Ainda é cedo para falar que o Brasil está recuperado da crise, mas a histeria dos empresários faz parecer que a situação está pior. Por isso, a pressão sobre os trabalhadores ainda é grande. Os operários – especialmente nas montadoras – estão cada vez mais sobrecarregados: são menos pessoas para dar conta de uma produção crescente. “Os patrões se utilizam da crise para dizer que não estão vendendo. Em função da falência da GM pelo mundo, suas fábricas no Brasil chantageiam os trabalhadores e deixam de contratar mesmo precisando de mais funcionários. Além disso, forçam o processo produtivo aumentando a sobrecarga de trabalho sobre os operários”, explica Toledo.


 


No meio rural, a situação é semelhante. De acordo com David de Souza, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a região do Vale do São Francisco, entre a Bahia e Pernambuco, é uma das regiões rurais mais afetadas pela crise, com cerca de dez mil trabalhadores assalariados demitidos. Mas a conta pode ser maior uma vez que no campo a informalidade é grande. “Como o agronegócio atua principalmente nas regiões de fruticultura em grande escala, o foco é a exportação. E a crise veio de fora para cá, afetando diretamente esse segmento. Já a agricultura familiar sofreu por conta da alta no preço de produtos e da falta de mercado para a comercialização”, diz Souza.


 


Segundo Gilson Reis do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (SIMPRO- MG) O ato de luta dos trabalhadores contará com uma rádio que se chamará “Rádio Peão”, que iniciará suas transmissões no dia 27, às 14h, na Praça Sete, com músicas de um grupo da cidade vizinha Sabará, panfletagens no metrô e estações, e será antecedida por manifestações na porta do Banco Central do Brasil, contra a política monetária dada pelo COPOM, que irá se reunir no dia 29 de abril, um dia antes do ato, para decidir sobre a taxa básica de juros. Gilson lembrou ainda das mobilizações que estão ocorrendo em todo o mundo, na Grécia, França, Islândia, Inglaterra, Alemanha, entre outros países.


 


Em Uberaba-MG as comemorações serão durante todo o mês de maio, como conta Marcos Gennari do SIMPRO de Uberaba, onde afirma que, “os efeitos da crise econômica recaem sempre sobre os trabalhadores, que sofrem por problemas que não ajudaram a causar. Um dos efeitos desse cenário de insegurança é o rebaixamento do trabalho, por isso vamos fazer um mês de comemorações que inicia dia 30 de abril e vai até 23 de  Maio com seminários, palestrar e debates, onde será tirado um manifesto sobre a condição do trabalhador em Uberaba.”


 


De Uberaba,Sumaira Oliveira