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Ratos sentem cheiro de doenças, dizem cientistas

A crença popular de que alguns animais parecem “cheirar” uma doença, como um tumor canceroso em seus proprietários, não é de todo fictícia. Cientistas descobriram que os animais têm, de fato, a habilidade de sentir o odor característico de certas

Publicada na última semana na revista Nature, a investigação estudou o funcionamento de receptores olfativos em células de camundongos que estabelecem relação com o odor e uma doença. Estudos anteriores mostraram que esses ratos têm receptores olfativos capazes de identificar aromas de ervas, alimentos e que até mesmo permitem que sintam a mudança do cheiro exalado por uma pessoa em situação de medo. Os camundongos seriam também capazes de identificar pelo olfato quais de seus semelhantes — outros ratos — estão ou podem ficar doentes.



No mais recente estudo, feito por cientistas da Universidade de Genebra, na Suíça, o genoma do rato foi analisado à procura de receptores olfativos capazes de possibilitar essa capacidade. Os estudiosos encontraram cinco receptores de uma família de proteínas conhecidas como formil peptídeo. Eles detectam alterações químicas que ajudam o sistema imunológico a atacar os agentes patogênicos.



No estudo, os ratos foram expostos a bactérias causadoras de doenças e à urina de ratos doentes, colocadas nos recipientes por onde eles se alimentavam. Os cientistas notaram que os camundongos identificavam o cheiro das bactérias e da urina e recuavam.



Através de descargas elétricas, emitidas pelos neurônios, eles identificavam a doença e as bactérias. Segundo os investigadores, os sensores olfativos dos animais encontram-se em uma parte do cérebro que também identifica alterações químicas como os feromônios, que são importantes para o acasalamento. A área está ligada ao centro nervoso cerebral dos camundongos provavelmente é a razão pela qual eles reagem rapidamente à ameaça da doença.



Embora não haja nenhuma evidência de que os seres humanos tenham receptores olfativos equivalentes aos dos ratos, os cientistas acreditam que novas investigações sobre o tema possam ser importantes para descobrir se os homens não poderia ter a mesma capacidade.