Famílias alagadas de Cocal retornam para casa após enchentes

A ação, que ainda faz parte da Operação Pirangi, é coordenada por equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Emgerpi e Defesa Civil dos municípios de Cocal e Buriti dos Lopes.

O que antes era agonia e incerteza, aos poucos vem dando lugar à tranquilidade e alívio. A imagem de famílias se dirigindo aos abrigos e outras tentando resguardar alguns de seus pertences foi absorvida por outra, de retorno à vida cotidiana.


 


Há mais de dez dias longe de casa, dos animais e da roça, João Batista dos Santos e a família, abrigada na Escola Estadual Pinheiro Machado, por medida preventiva, se organizam para voltar para a comunidade Dom Bosco, onde moram. Ansiedade define principalmente o sentimento de João e do seu pai, Francisco dos Santos, de 89 anos. “A gente veio para cá sem prazer nenhum; agora, para voltar, é uma graça e pressa que só vendo”, comemora. E seu Francisco completa: “Já está tudo arrumado. Bom demais ver as coisas dando certo de novo”.


 


Pai e filho fazem parte das 2.500 pessoas que foram retiradas, por medida de prevenção, da região próxima à Barragem Algodões I, que, segundo o parecer do projetista e engenheiro Luiz Hernani, não apresenta hoje nenhum risco de rompimento. Nesta quinta-feira, 21, depois de uma visita à barragem acompanhado da presidente da Emgerpi, Lucile Moura, e de engenheiros da empresa, ele disse: “Reafirmo o que havia dito antes e garanto a segurança desta barragem.”


 


Com a situação sob controle, as famílias ribeirinhas começaram a voltar para suas casas nesta sexta-feira, 22. A ação, que ainda faz parte da Operação Pirangi, é coordenada por equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Emgerpi e Defesa Civil dos municípios de Cocal e Buriti dos Lopes.


 


“Existem trechos ainda com dificuldades de acesso, por conta das chuvas e do escoamento de água do reservatório. Aos poucos estamos levando as famílias de volta. As ações só se encerram quando todos estiverem seguros”, explica o coronel José Leonardo Drumond, do Corpo de Bombeiros.


 


Rosa Cetano e o marido José Manoel da Silva moram na comunidade Boíbas, em Cocal. Eles estavam longe de casa há nove dias e hoje retornaram, levando os móveis que haviam retirado. “Eu não sabia se ia voltar, se minha casa ia estar inteira. Graças a Deus terminou tudo bem; agora é só arrumar tudo e viver com tranquilidade. Foi um susto grande, mas passou”, comenta, devolvendo a penteadeira ao lugar de origem. “Com a ajuda do pessoal, nem ralada ficou. Vai voltar inteira para o quarto”, brinca.


 


Outro que voltou para casa foi José Alves Pereira. “Mas, pode chamar de Zé Rosa; é como o povo me conhece”, avisa. Ele e a família estavam alojados em casa de parentes no centro de Cocal e também retornaram na manhã desta sexta-feira para casa. A mudança contou com poucos objetos. Zé Rosa explica: “A gente saiu com pressa, ninguém sabia o que podia acontecer. Até que enfim essa agonia parece ter acabado”.


 


No caso das famílias ribeirinhas mais próximas do leito do Rio Pirangi, o retorno deve acontecer de forma cuidadosa. Algumas casas foram destruídas pelas chuvas e outras se encontram em situação precária. Cerca de 30 deverão ser reconstruídas através do Programa Melhoria Habitacional, da Emgerpi. Aquelas em situação de risco estão sendo avaliadas e também deverão receber reparos em sua estrutura.


 


Fonte: CCom