Crônica de um conflito anunciado

Um governo habituado a usar a truculência contra o movimento social e disposto a exibir autoridade de um lado, de outro um movimento que tem bandeiras justas, mas que vem apostando na radicalização artificial e no confronto. O conflito que ocorreu ontem n

Depois de amargar o desgaste da ocupação da reitoria no movimento anterior, a reitora e o governo decidiram agir de maneira intempestiva e violenta. Assim, o campus foi efetivamente ocupado pela Polícia Militar, num flagrante desrespeito à autonomia universitária.


 


Reitoria e governo afirmam que a PM permanecerá na Universidade o tempo que for necessário para barrar a ação do movimento grevista. Mais. Afirmam que não vão retomar as negociações, sinalizando claramente a disposição de confrontar o movimento.


 


Por outro lado, parcela do movimento, ao invés de buscar efetivamente conquistar avanços nas negociações que beneficiem a Universidade como instituição e os setores que  a mesma congrega, age deliberadamente para que o impasse se aprofunde e que o conflito ganhe maiores dimensões.


 


O governo que tem demonstrado sucessivamente ausência de compromisso com as universidades, pelo jeito decidiu levar às últimas conseqüências o conflito atual para dobrar o movimento e isola-lo da sociedade.


 


Professores, alunos e funcionários devem buscar um caminho unitário e mobilizador, que fuja do isolamento que o governo tenta impor e busque efetivamente sair do impasse no sentido de obter conquistas concretas e de comum acordo entre os setores.


 


No confronto, governo e reitoria exibem sua incapacidade e sua falta de comprometimento com as universidades públicas paulistas, patrimônio do povo de nosso Estado.


 


As forças democráticas e progressistas que sempre defenderam a Universidade Pública devem se levantar para condenar de maneira veemente a ação policial e política da reitoria e do governo contra o movimento grevista.


 


Da Redação, SP