Dados da economia chinesa mostram retomada mais rápida
A China surpreendeu e apresentou em maio uma série de indicadores que apontam a retomada da atividade econômica em velocidade mais rápida que a esperada. A produção industrial teve a maior alta dos últimos oito meses, o volume de crédito bancário dobro
Publicado 15/06/2009 15:29
Os dados foram divulgados um dia depois do anúncio de queda de 26% nas exportações de maio, em um indício de que a recuperação do país está sendo alimentada por fatores domésticos, entre os quais o mais importante é o pacote de estímulo de US$ 585 bilhões divulgado em novembro. A produção industrial do mês passado aumentou 8,9%, depois de subir 7,3% em abril e apenas 3,8% nos dois primeiros meses do ano. Mas o índice ainda está bem abaixo dos 16% registrados em maio de 2008.
Por trás da forte elevação dos investimentos está a expansão sem precedentes do volume de crédito bancário, que atingiu 664,5 bilhões de yuans (US$ 97,3 bilhões) em maio, acima dos 592 bilhões de yuans de abril e duas vezes o valor registrado em igual período de 2008. Nos primeiros cinco meses do ano, o sistema financeiro chinês já concedeu empréstimos no valor total de 5,84 trilhões (US$ 855 bilhões), cifra que supera o pacote de estímulo e o volume de financiamentos de todo o ano de 2008.
Outros indícios do aquecimento econômico são a retomada da venda de imóveis e a alta na venda de automóveis, que consolidou a presença da China como maior mercado automobilístico do mundo, à frente dos Estados Unidos. Só em maio, a venda de carros teve alta de 29%.
Mas há dúvidas sobre até quando a China pode crescer em um ambiente global hostil. “Se a demanda externa continuar deprimida no próximo ano ou além, a sustentação da recuperação baseada no pacote de estímulo passará a ser uma séria questão”, escreveu a economista-chefe do banco UBS na China, Wang Tao, em relatório a seus clientes. Em sua avaliação, se não houver recuperação das economias desenvolvidas, o crescimento chinês dependerá da expansão do setor imobiliário doméstico, que ainda é incerta.
A informação é do jornal O Estado de S. Paulo