Empreiteiras pressionam por privatização de aeroportos

A privatização dos aeroportos já havia sido proposta pela oposição durante a chamada CPI do Apagão Aéreo, mas segundo fontes do setor, existiam na empresa setores contrários à idéia.

Dois aeroportos, 20% da receita

“A Infraero opera 67 aeroportos, mas somente 12 são superavitários, e justamente estes podem ser privatizados” destacou um funcionário que não quis se identificar.
Segundo dados da própria empresa, se os dois aeroportos (Galeão e Viracopos), forem privatizados, a Infraero, perde 20% da receita, o equivalente a R$ 60 milhões ao mês.

A proposta ganhou força dentro da Anac com apoio do Ministério da Defesa e do BNDES. Durante audiência na Câmara dos Deputados, o presidente do banco, Luciano Coutinho, declarou que avaliza a modelagem do processo de privatização com “todo o empenho”. E declarou: “Se houver um concessionário privado, como sempre o BNDES pode ajudar”.

Deputada acusa: “Só querem o filé”

Na semana passada, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC) lançou a Frente Parlamentar em Defesa da Infraero. A frente é apoiada pelo sindicato e associação que representam os aeroportuários brasileiros.

Segundo Perpétua esta é uma “ação equivocada do governo brasileiro” entregar os aeroportos ao capital privado.  “A Infraero é a segundo maior empresa aeroportuária do planeta. É muito estranho que a desestatização seja levada a cabo em momentos como este, quando o Brasil se prepara para sediar uma Copa do Mundo”, disse Perpétua.

“Esta frente defende um sistema eficiente, que é elogiado por todos e precisa continuar patrimônio dos brasileiros. Por que não falam em privatizar o aeroporto de Cruzeiro do Sul ou de Tarauacá (municípios do interior do Acre)? Está claro que eles só querem o filé”, completou.

 “Nós (base aliada ao governo) somos maioria nesta frente parlamentar. Diremos ao próprio governo que a Infraero é do povo brasileiro”, afirmou a deputada Cida Diogo (PT-RJ).

De Brasília
Gustavo Alves