2 de Julho: Salvador celebra a independência da Bahia
A celebração da Independência da Bahia tem seu ápice com o cortejo pelas ruas do Centro de Salvador nesta quinta-feira. O 2 de Julho é a festa cívica mais esperada pelos baianos, que relembram a vitória do povo contra o exército português, em 1822, fato q
Publicado 01/07/2009 09:13 | Editado 04/03/2020 16:20
O PCdoB participa de forma organizada do cortejo do 2 de Julho. Todos os anos, a militância comunista veste a camisa e leva as bandeiras vermelhas para as ruas. Este ano, o Comitê Municipal de Salvador está convocando a militância para se concentrar às 8h30, na Praça da Soledade, em frente à estátua de Maria Quitéria. “Vamos mostrar a nossa força mais uma vez no 2 de Julho. Não podemos deixar de homenagear os homens e mulheres do povo, que venceram o exército português consolidando a independência da Bahia”, afirma o presidente do PCdoB em Salvador, Geraldo Galindo.
A programação oficial dos festejos pela Independência da Bahia começou na terça-feira (30/06) com a saída do fogo simbólico da cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, palco de lutas pela independência. O fogo vai passar por Santo Amaro da Purificação, São Francisco do Conde, Candeias e Simões Filho, até chegar ao bairro de Pirajá, em Salvador, na tarde de amanhã.
Na quinta-feira, a festa começa às 6h, com alvorada de fogos no Largo da Lapinha. A saída do cortejo está marcada para às 9h, após a colocação de flores no monumento ao General Labatut e a entrega dos carros do Caboclo e da Cabocla. A primeira parte do desfile se encerra no Terreiro de Jesus, com o recolhimento dos carros simbólicos nos Caramanchões da Praça Thomé de Souza. O cortejo é retomado às 15h com a caminhada até o Campo Grande.
A história do 2 de Julho
Em 2 de julho de 1823, o Exército Libertador entrou triunfalmente em Salvador, consolidando a independência do Brasil. A tropa era formada em sua maioria por homens e mulheres do povo, que se juntaram ao Exército para enfrentar e vencer os militares portugueses que se recusavam a aceitar a independência do país, insistindo em continuar ocupando as terras baianas, mesmo após a Proclamação da Independência, por D. Pedro I, em 7 de setembro de 1822.
A resistência popular teve início nas cidades de Santo Amaro da Purificação e Cachoeira e logo se espalhou por Maragogipe, São Francisco do Conde, Jaguaripe e Pedra Branca. Com o passar do tempo, as forças pró-independência receberam o apoio das vilas de Inhambupe, Abrantes, Itapicuru, Valença, Água Fria, Jacobina, Maraú, Rio de Contas, Camamu, Santarem e Cairu. As principais batalhas travadas entre os baianos e portugueses foram as de Pirajá, Cabrito, Cachoeira, Santo Amaro, Itaparica e Funil.
Desde então, a data é celebrada todos os anos pela população que faz questão de homenagear heróis como Maria Quitéria, João das Botas, Maria Felipa, Joana Angélica e o General Labatut, mas principalmente de reverenciar as imagens do Caboclo e da Cabocla, que representam os combatentes anônimos do povo, que tiveram papel crucial para a libertação da Bahia do domínio português.
Fanfarras de colégios, orquestras, grupos culturais, partidos políticos, entidades do movimento social se juntam à grande multidão que sai em cortejo do largo da Lapinha e segue pelo Centro Histórico até o Terreiro de Jesus. Durante o período da ditadura militar brasileira, muitas vezes, manifestantes foram reprimidos no percurso. Na democracia, o cortejo do 2 de Julho continua como palco de reivindicações e protestos, pois tem a participação de autoridades estaduais e municipais, parlamentares, ministros e de uma grande gama de lideranças sociais, culturais e políticas.
De Salvador,
Eliane Costa