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Unidade: Petroleiros fazem plenária em assentamento do MST

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) realiza, até domingo (05), sua primeira Plenária Nacional, no Paraná.  O palco para os debates será um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A escolha do lugar tem o objetivo de

Participarão da plenária 150 petroleiros de vários estados do país, além de observadores, assessores e convidados. O local dos debates é a Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA), que funciona no Assentamento Contestado, na cidade de Lapa.

O evento será aberto às 19h de hoje, com a presença de dirigentes sindicais brasileiros e da América Latina, representantes da Coordenação Nacional do MST e do governo do Paraná, movimentos sociais e estudantis, parlamentares e partidos políticos das frentes de esquerda.

Além de debater questões relacionadas à organização sindical da categoria petroleira, a Plenária abordará temas que estão na ordem do dia da classe trabalhadora, como a questão do petróleo e do gás brasileiros, a soberania popular na América Latina, direito de greve, saúde e segurança do trabalhador.

Cerca de 50 estudantes da Escola de Agroecologia estão trabalhando como voluntários na organização da Plenária Nacional da FUP (PlenaFUP), que tem como tema “Somos todos trabalhadores”.

Várias famílias do Assentamento Contestado e outros militantes do MST no Paraná realizaram, espontaneamente, reuniões e seminários locais de formação para ampliarem seus conhecimentos sobre as lutas e organização da categoria petroleira, principalmente sobre a campanha em defesa de uma nova lei do petróleo.

“A proposta política desta plenária é ampliar a integração dos petroleiros com os camponeses, fortalecendo a unidade de classe entre trabalhadores de realidades diversas, mas ideais semelhantes”, declara o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes.

Em entrevista, João explicou a luta dos petroleiros na atual conjuntura política brasileira, na qual, segundo ele, a categoria mais avançou em prol dos trabalhadores. No entanto, a grande batalha gira em torno da construção de um novo marco regulatório do petróleo no país. “A atual legislação garante o controle do petróleo pelo país apenas enquanto ele estiver embaixo da terra. Depois, quem controla e quem manda são outros”, enfatiza.

Unidade de classe

O MST e os petroleiros têm sido parceiros históricos nas lutas por justiça social e em defesa da soberania nacional.  Entre 1986 e 1988, realizaram ações conjuntas em Brasília (durante a Assembléia Nacional Constituinte) para garantir a reforma agrária, a manutenção do monopólio estatal do petróleo e a jornada de 6 horas nos turnos de revezamento.

No início dos anos 90, petroleiros e MST ocuparam o Salão Verde da Câmara dos Deputados Federais para tentar impedir a quebra do monopólio e as privatizações.
Enfrentaram com greves e ocupações a política neoliberal de FHC e, desde então, continuam mobilizando o país para garantir o controle estatal e social das reservas brasileiras de petróleo e gás.

Uma luta que intensificou-se nos últimos anos, ganhando adesão dos movimentos sociais e estudantis, principalmente após a descoberta das reservas do pré-sal e dos ataques dos privatistas contra a Petrobrás.

A realização da Plenafup ocorre no momento em que o MST enfrenta, mais uma vez, uma onda de criminalizações por parte de setores conservadores da sociedade e quando os petroleiros também reagem às ações anti sindicais da indústria de petróleo contra o direito de greve. “A Plenafup acontece sob a certeza de que somos todos trabalhadores e que a construção de uma sociedade socialista depende, necessariamente, da unidade e identidade da classe trabalhadora”, ressaltam os dirigentes da FUP, no texto de apresentação do caderno de teses que servirá de base para os debates da plenária.

Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA)

A ELAA foi fundada em 27 de agosto de 2005, através de uma parceria entre a Via Campesina, os governos da Venezuela e do Paraná, a Universidade Federal do Paraná e o MST, com o objetivo de estruturar uma rede de intercâmbio entre os camponeses da América Latina e ampliar a luta em defesa da soberania alimentar dos povos.

Para receber as delegações da I PlenaFUP, a Escola de Agroecologia passou por obras de infra-estrutura realizadas pelos petroleiros, que serão fundamentais em seus projetos de educação solidária. No local, estudam trabalhadores rurais de vários países do continente, que são formados para desenvolver técnicas de produção agrícola voltadas para a preservação ambiental e a soberania alimentar.

Fonte: FUP