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Bahman Ghobadi, o cineasta preso por 'excesso de críticas'

Depois da festejada participação de Bahman Ghobadi no recente 62º Festival de Cannes, onde o seu poderoso documentário Kasi Az Gorbehaye Irani Khabar Nadareh/ No One Knows About Persian Cats abriu a seção Un Certain Regard e de lá saiu com o Prêm

Pois, segundo revelação do jornal de entretenimentos britânico Screen International, Ghobadi foi preso assim que deixou Cannes de volta para o Irã e só foi libertado sob pagamento de fiança em 9 de junho. O argumento do regime para prender o cineasta: “excesso de críticas”.


 


Bahman Ghobadi, de origem curda, é o cineasta iraniano que mais tem acumulado prêmios internacionais e também o que mais se expõe para desafiar as ultraconservadoras autoridades religiosas do seu país. Seu nome está também ligado ao da jornalista americana Roxani Saberi, noiva de Ghobadi e co-roteirista de No One Knows About Persian Cats. Ela foi condenada a oito anos de prisão sob acusação de espionagem, solta pouco antes do início do Festival de Cannes com os protestos e pressões internacionais.


 


De fato, ao revelar a mobilização clandestina dos jovens iranianos inconformados com o conservadorismo do regime, o seu filme, realizado igualmente na clandestinidade e em apenas 17 dias, antecipou a insurreição e a desobediência civil que se espalhou pelo Irã logo após os resultados contestados das eleições presidenciais.


 


O filme observa como jovens se mobilizam através da internet para ouvir bandas de rock, rap e hip-hop em concertos e reuniões não autorizadas pela violenta censura moral aplicada pelo regime dos aiatolás. Graças à ajuda da produtora francesa Wild Bunch, o novo filme de Ghobadi escapa dessa censura de expressão e poderá ter distribuição internacional.


 


Da Redação, com informações do Jornal da Mostra