Berzoini critica bancada petista e defende o 'fica Sarney'
O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), chamou de “arqueológica” a conduta da bancada do partido no Senado. Os senadores petistas voltaram a pedir, nesta quarta-feira (8) o afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Berzoini fri
Publicado 08/07/2009 22:31
O dirigente petista foi duro em relação à nota divulgada pela bancada de seu partido, que tem 12 senadores. “É uma nota com vocação arqueológica e não política. A posição da direção do PT é pela manutenção do senador José Sarney (na presidência da instituição) e por reformas na gestão do Senado”, disse Berzoini à agência Reuters.
A nota desta quarta-feira seguiu-se a numerosas idas e vindas da bancada, alvo de pressôes contraditórias: de um lado do que acredita ser a conveniência eleitoral dos senadores em 2010, dado o bombardeio que Sarney tem sofrido na mídia; de outro, a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que jantou com os senadores na quarta-feira da semana passada para defender a importância estratégica da aliança PT-PMDB, e portanto a necessidade de não hostilizar Sarney.
O texto aprovado reafirma a posição que Lula criticou. “A bancada dos senadores (do PT), ao longo de toda a discussão sobre a crise do Senado, manteve sua posição: a de sugerir que, num gesto de grandeza e de garantia à credibilidade das investigações, o senador José Sarney se licenciasse temporariamente”, diz a nota oficial.
A concessão parcial feita a Lula está na frase seguinte. Nela, a bancada “admite, no entanto, como o fez a maioria dos partidos da casa, que a licença é uma decisão a ser tomada pelo senador”. Está também na postura de apenas “sugerir” o licenciamento.
O PSDB, e depois de alguma relutância também o DEM, pediram a licença de Sarney por conta da crise. Na história recente do Senado, o afastamento temporário costuma ser o prelúdio da degola definitiva do presidente da Casa. A oposição não tem maioria para pressionar pela saída do presidente e só a conseguiria com um apoio incisivo dos petistas. Analistas acreditam que a pressão “fora Sarney” arrefeceu nesta semana, enquanto a bancada petista terminou se desgastando tanto entre defensores como entre opositores da permanência de Sarney.
Da redação, com agências