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Bolívia: ministro da ditadura está preso e sem privilégios

O ministro de Governo da Bolívia, Alfredo Rada, confirmou que Luis Arce Gómez, ex-ministro do Interior da ditadura de Luis García Meza não contará com os mesmos privilégios outorgados a seu antigo chefe, informa neste domingo (12) a imprensa local.

Arce Gómez (1980-1981), chegou na quinta-feira passada à nação, proscrito dos Estados Unidos, e depois de exames médicos foi preso em uma prisão de segurança máxima para cumprir uma condenação de 30 anos de prisão por delitos de lesa-humanidade.


 


Na mesma prisão cumpre sua sentença García Meza, responsável pelos dias sangrentos do golpe de Estado de 17 de julho de 1980.


 


Rada explicou que em nenhum momento serão retirados os direitos do ex-servidor público, como a assitência médica, tal e como os demais prisioneiros.


 


“Se tomarão todas as previsões para garantir que não tenha complicações de saúde, mas nos asseguraremos que esse tema não seja utilizado para obter prerrogativas similares às de García Meza”, precisou.


 


O ministro explicou que o ex-servidor público permanecerá em um regime fechado durante 30 dias e depois de sua adaptação será incorporado ao sistema aberto, segundo estabelecem as normas da prisão.


 


Quando García Meza foi encarcerado teve muitos privilégios, inclusive, um cômodo quarto foi reservado para ele, onde atualmente cumpre sua condenação, recordou Rada ao mesmo tempo em que anunciou a apresentação de um recurso judicial para restringir tais condições.


 


Em 1993 Arce Gómez foi julgado em ausência pela justiça boliviana que o sentenciou a 30 anos de reclusão por graves violações aos direitos humanos, organização e integração de grupos irregulares, delitos contra a liberdade de imprensa, assassinato e genocídio.


 


Segundo o vice-ministro de Regime Interior, Marcos Farfán, o ex-ministro foi o autor da morte do jesuita espanhol Luis Espinal e do líder do Partido Socialista Marcelo Quiroga Santa Cruz.