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Sarney dá sinais de que pretende ficar no cargo e culpa Estadão

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse em discurso nesta sexta (18), durante balanço das atividades da Casa no primeiro semestre, que não abre mão do desejo de promover a retomada dos projetos de reformas institucionais e das Medidas Prov

Em relação a isso, Sarney voltou a culpar O Estado de S.Paulo como autor da campanha midiática para desgastar sua imagem por causa do apoio declarado que presta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador já havia distribuído uma nota nesse sentido quando o jornal denunciou o favorecimento da Casa ao seu neto José Adriano Cordeiro Sarney no caso dos empréstimos consignados feitos aos funcionários pelo HSBC.


 


“O jornal O Estado de S. Paulo iniciou uma campanha pessoal contra mim, obrigando os outros jornais e televisão a repercuti-la. Meu trabalho exige a sedimentação de uma profunda consciência moral de minhas responsabilidades, a obstinada decisão de não cometer erros e jamais aceitar qualquer arranhão nos procedimentos éticos que devem nortear minha conduta”, disse.


 


Sarney afirmou que não se tratava apenas de palavras. “São 50 anos de assim proceder. Esta é minha força e minha resistência. Mostrando seus objetivos políticos e pessoais esqueceram o Senado para invadir minha vida privada e a de minha família.”


 


Abandono do DEM


 


Diante da artilharia, Sarney lamentou ainda ter perdido o apoio do DEM, um dos partidos que deu sustentação a sua candidatura e que nas últimas três legislaturas ocupou a Primeira-Secretária da Casa, área administrativa responsável pela edição dos chamados atos secretos.


 


“Lamento ter perdido o apoio do DEM, que sem dúvida poderia contribuir muito, e embora em todos os momentos nosso trabalho tenha sido compartilhado com seu representante na Mesa Diretora, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), companheiro leal e decisivo em nossas deliberações.”


 


Também lamentou não ter dito o apoio do PSDB na eleição e manifestou gratidão aos partidos que lhe dão apoio: PT, PMDB, PTB e bloco do governo. Com isso, Sarney deixa claro que conta com essa correlação de forças favorável para se manter no cargo. Segundo analistas em Brasília, o presidente saiu fortalecido ao conseguir emplacar aliados nos comandos do Conselho de Ética e da CPI da Petrobras.


 


No final do discurso, Sarney disse que enfrentou crises semelhantes nas três vezes que ocupou a Presidência do Senado e voltou a demonstrar que pretende continuar no cargo. “Os que já estavam aqui são testemunhas de que o deixei, de cada vez, no lugar que é seu por definição, superados os problemas anteriores. Não tenham dúvida que este é, também desta vez, o meu objetivo. Os desafios, a carga de trabalho, os insultos, as ameaças não me amedrontam. Estamos construindo um novo Senado.”


 


De Brasília,


Iram Alfaia