População da Rocinha dobrou em nove anos

Apesar de quase ter dobrado a população nos últimos nove anos, a favela da Rocinha, localizada na cidade do Rio de Janeiro, continua sem investimento em infra-estrutura. As condições que já eram precárias em 2000 – quando a comunidade tinha pouco mais de

Para o presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Antônio Ferreira, conhecido como Xaolin, é preciso muito investimento para acabar com a situação de calamidade.



“Eu diria hoje que este investimento imediato teria que ser no saneamento, na iluminação pública, e principalmente, no desentupimento dos caminhos que estão muito cheios de lixo. As redes de águas pluviais estão obstruídas. [Precisa também de] investimento em água tratada, porque a Rocinha ainda não tem água em todas as casas”.



Cotidianamente, os moradores fazem revezamento para receber água nas casas. Os becos e as escadas estão intransitáveis. Eles são as principais vias de circulação da comunidade. Também por causa da dificuldade de circulação, os Correios chegam a apenas 30% das mais de 38 mil casas.



O censo divulgado pelo IBGE, no dia 16, mostrou que a comunidade tem atualmente 34.465 imóveis domiciliares e 3.564 não-domiciliares. A maior parte dos domicílios é formada por casas (55,6%, contra 36,7% de apartamentos).



Os principais problemas apontados pelos moradores sobre suas próprias casas foram pouca iluminação (41,9%) e pouca ventilação natural (41,8%), pouco espaço (48,3%) e paredes ou chão úmidos (20,6%). E, quando os pesquisadores perguntaram “O que falta para que a sua moradia seja melhor?”, as principais respostas foram ampliação da casa (10,4%), reforma (7,5%) e saneamento básico (6,6%). No entanto, o estudo revela que 86% dos domicílios estão oficialmente ligados à rede geral de esgoto.



Um dado positivo da pesquisa é que o índice de emprego é alto entre os moradores da comunidade. Só 7,7% dos entrevistados se declararam desempregados. Os trabalhadores com carteira assinada são 30,8%, os sem carteira somam 13,8% e os aposentados e pensionistas são 4,3%. Os que se declaram estudantes totalizam 23,5%.



Com informações da Radioagência NP e do IBGE.