Artigo: A Descoberta de Cuba
Passar três semanas em férias no mesmo lugar pode parecer enfadonho. Da
última vez que tive a oportunidade de fazer uma viagem longa, rodei por
cinco países (e oito cidades). Foi ótimo, conheci muitos lugares
interessantíssimos, um passeio que te
Publicado 19/07/2009 19:48 | Editado 04/03/2020 16:51
Agora, a coisa mudou um pouco de figura. Três semanas para conhecer Cuba é tempo bastante para passar por cada quarteirão de Havana Velha – e da Nova também. Isso, além de dar várias voltas de ônibus pelos muitos bairros e pontos históricos a serem descobertos. Uma caminhada pelo Malecón, por exemplo, é indispensável. Trata-se de uma avenida circular que segue o rumo do mar, abrangendo boa parte da cidade. Nela, podemos ver, em diferentes pontos de sua enorme extensão, o Museu da Revolução, uma feira com artigos para turistas com objetos com motivos cubanos, estátuas homenageando heróis locais, restaurantes tradicionais, entre outras coisas.
Caminhando pela Havana Velha, descobrimos ruas (ou calles) interessantes, como a Obispo, onde o comércio é efervescente. É lá, por exemplo, que podemos saborear o daikiri em seu berço, já que o drink foi inventado no famoso bar La Floridita, um dos sete mais famosos do mundo (segundo eles próprios, mas com toda razão). As referencias a Ernest Hemingway não poderiam faltar, já que o lugar faz parte da trajetória do célebre escritor americano. Além das óbvias questões turísticas, observamos também fatos que brasileiros podem nem imaginar, como a presença de catedrais católicas pré-revolução e manifestações religiosas de outros grupos, como a Santeria.
Na Praça da Revolução, em uma área mais nova da capital cubana, há diversas homenagens a Jose Martí, herói da conquista da independência na campanha contra a Espanha, e a Ernesto Guevara, carinhosamente conhecido como Che, figura estampada em paredes, livros, panfletos etc. Parece que tudo a ser falado é pouco quando o assunto é a admiração a Che Guevara. Mas os indivíduos lembrados pelo povo não se resumem a estes dois, há diversos outros reverenciados com bustos, nomes de avenidas e calles e o que mais for possível.
Para falar apenas dos lugares de maior visitação e de interesse turístico, seja devido a seu visual, seja por sua importância histórica, um guia de viagens seria mais apropriado.
O mais importante de Cuba não é a riqueza de pontos a se conhecer (e são muitos), mas seu povo. O tipo de situação que você não consegue viver permanecendo poucos dias. Tendo a oportunidade de conhecer esta memorável ilha, não se apresse. Use todo o tempo disponível para nao apenas ver o lugar, mas para vivê-lo. O único infortúnio foi escolher exatamente a época mais quente do ano para vir. Mas as experiências vividas aqui fazem qualquer esforço parecer corriqueiro.
Direto de Havana,
Marcelo Seabra