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Zelaya anuncia início do regresso a Honduras

O presidente hondurenho, Manuel Zelaya, deposto pelo golpe do dia 28 último, iniciou nesta quinta-feira (23) a volta a seu país, de onde foi expulso no mesmo dia do golpe. “Iniciamos esta gesta para regressar pacificamente a Honduras”, disse ele em Manágu

“Vamos com uma bandeira branca da paz, proclamar a reconciliação do povo hondurenho”, disse ainda Zelaya, em coletiva de imprensa. Ele partiu da capital nicaraguense, acompanhado de uma comitiva de apoiadores, com o plano de chegar ainda nesta quinta-feira a cidade nicaraguense de Estelí.



Estelí, 110 mil habitantes, fica 150 km a noroeste de Manágua e a 60 km da fronteira com Honduras. Ali, segundo Zelaya, “vão ser feitos os planos para avançar até Somoto (a 10 km da linha divisória) e, no dia seguinte, até a fronteira hondurenha”.



Michelle teme banho de sangue



A presidente do Chile, Michelle Bachelet, pediu nesta quinta-feira que “se evite um banho de sangue em Honduras”. Ela conclamou a OEA (Organização dos Estados Interamericanos) a tomar medidas para fazer cumprir as decisões que tomou em sua assembléia extraordinária, que condenou o golpe, para que o país “recupere a democracia”.



“O presidente Oscar Arias (da Costa Rica, que fracassou numa tentativa de solução negociada) tinha os elementos essenciais em seu plano de conciliação das partes, mas ele não prosperou, lastimavel,mente. Então, corresponde à OEA adotar medidas para fazer cumprir as decisões de sua assembléia extraordinária, a fim de que Honduras recupere a democracisa”, argumentou a governante chilena.



Mercosul discute um verbo



Em Assunção, os ministros do exterior que preparam a cúpula do Mercosul debatem uma declaração reiterando a condenação dos golpistas. Os presidentes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai reúnem-se nesta sexta-feira, nos arredores da capital paraguaia (Hugo Chávez, da Venezuela, e Rafael Correa, do Equador, não estarão presentes).



Na véspera da cúpula, o texto provocava divergências sobre o modo de tratar a tentativa de mediação de Arias. O trecho que falava em “apoio” à iniciativa foi contestado pela representação da Venezuela, com o argumento de que ela tinha fracassado. A Colômbia indistia no “apoio”, enquanto o Uruguai propunha que se substituisse o verbo “apoiar” por “agradecer” ou “valorizar”. Analistas avaliam que a frustrada tentativa de mediação terminou permitindo que os golpistas ganhassem tempo.



Ao dizer que “a diplomacia tem seus limites”, e iniciar o retorno, Zelaya expressou que já não esperava resultados da mediação costarriquenha. Ao mesmo tempo, a agenda da viagem de volta parece ter sido planejada para coincidir com a declaração dos presidentes do Mercosul.



Da redação, com agências