Economista Renildo Souza é aprovado em concurso na UFBA
"Abre muitas expectativas de trabalho com condições propriamente de ensino, pesquisa e publicação já que se trata de uma universidade", destacou Renildo Souza, aprovado em primeiro lugar no concurso para professor da Escola de Economia da Universidade Federal da Bahia. O concurso foi realizado nos dias 10, 11 e 12 de agosto.
Publicado 13/08/2009 15:35 | Editado 04/03/2020 16:20
Integrante do Comitê Central do PCdoB e economista formado pela própria UFBA, onde também fez mestrado e doutorado, Souza concorreu com mais oito candidatos à vaga única na área de Economia Política para professor de dedicação exclusiva. “É uma área que abrange diversas disciplinas, dentre as quais, Economia Marxista, a qual me desperta maior interesse”, afirmou. Ele já havia lecionado na Instituição por dois anos e meio, como professor substituto. Também já deu aulas na Universidade do Estado – UNEB e, desde 2005, leciona no Instituto Federal da Bahia – IFBA (antigo Cefet).Em 2001, Souza ainda foi aprovado no Concurso Nacional de Economista da Petrobras em 3º lugar, entre os 15 aprovados, sendo o único da Bahia.
Autor da tese de mestrado “A globalização imperialista e a vulnerabilidade externa financeira da economia brasileira na década de 1990”, Renildo Souza analisa o cenário nacional atual com bons olhos: “Exatamente porque estudei muito e fiz essa dissertação, vejo agora a situação muito modificada. Não é uma mudança total, claro. A economia brasileira ainda tem grave problema de financiamento, mas, com o Governo Lula, a situação mudou, porque o Governo conseguiu que o Estado pagasse todas as suas divididas com o FMI (Fundo Monetário Internacional”, pontuou.
A respeito da crise financeira internacional, Souza aponta uma transformação no perfil do Brasil, que passou de devedor ao posto de credor. “O Brasil foi um dos últimos a entrar na crise e já começa a ter sinais importantes de recuperação. Uma das nossas defesas, que é o volume de reservas internacionais do Banco Central, era algo que sequer existia no passado”, ressaltou. De fato, o volume de reservas internacionais do BC, que em setembro de 2008, no auge da crise, era de US$ 206 bilhões, hoje é de US$ 212 bi. “Em vez de esvaziar o volume de reservas internacionais, como ocorre usualmente em toda crise, nos obrigando a pedir dólares emprestados ao FMI, o panorama atual demonstra a força da economia brasileira”, enfatizou.
Em contraponto, segundo apontou o economista, na década de 90, a alta taxa de juros vigente no país (em comparação com os padrões internacionais) funcionava como fator de atração do chamado capital externo de curtíssimo prazo, marcado pela especulação financeira. O resultado era uma forte dependência brasileira, exemplificada pelos altos empréstimos tomados juntos ao FMI – 41,5 bilhões de dólares em novembro de 98, 15 bilhões em meados de 2001 e US$ 42 bi em agosto de 2002 -, e que tornava a economia nacional suscetível a qualquer crise internacional. “Hoje, é a própria dinâmica do mercado interno que sustenta a demanda, que sustenta a dívida econômica e que também está sustentando os primeiros sinais de recuperação econômica”, reiterou
De Salvador,
Camila Jasmin