Bahia: Metalúrgicos da Ford paralisam atividades

Em protesto por conta do impasse nas negociações salariais com o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico da Bahia – Simmeb, cerca de oito mil trabalhadores do Complexo Ford, que abriga 32 empresas em Camaçari, paralisaram as suas atividades por 24 horas na quarta-feira (12/08). “Nossa bandeira é pelo aumento real dos salários”, explica o presidente da Federação dos Metalúrgicos da Bahia – Fetim e do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Aurino Pedreira.

Em negociação na tarde de ontem (12/08), o sindicato patronal aumentou a oferta inicial de reajuste de 2,5% para 4%. Como contraproposta, os metalúrgicos aceitaram reduzir a reivindicação de aumento salarial de 9% para 11%. Sem acordo, nova reunião foi agendada para segunda-feira (17) e, caso não aja avanços, há iminência de greve por tempo indeterminado.

A possibilidade de se chegar a um acordo passa, necessariamente, pela questão do aumento real de salário, segundo informou o presidente da Fetim. Dados do INPC/IBGE, que medem o Índice Nacional de Preço ao Consumidor, apontam uma perda salarial de 4,94% da categoria, por conta da inflação de julho de 2008 a junho de 2009. “A luta por salários e emprego é alternativa para combater a crise, até porque uma das saídas é elevar o poder aquisitivo dos trabalhadores para aumentar o poder de compras e, inclusive, movimentar a produção”, defendeu Pedreira.

A ampliação dos direitos sociais também figura na pauta de propostas, incluídas aí a questão de saúde e segurança no trabalho, os direitos referentes ao auxílio creche e cesta básica, entre outros. “É preciso quebrar a intransigência patronal e, se houver consenso de demissão, nós vamos deflagrar greve nas empresas que, por ventura, vieram a demitir trabalhador”, revelou.

De Salvador,
Camila Jasmin