Habemus Protógenes

o competente e destemido delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, junta-se aos comunistas para ajudar a construir um projeto de país. Certamente, a filiação dele é comemorada por todos aqueles que acreditam que o Brasil pode ser um lugar mais justo, onde os interesses de uma minoria não se sobressaíram frente aos anseios da grande massa que, historicamente, foi pisoteada.

O responsável pela dupla prisão do banqueiro Daniel Dantas anunciou sua escolha destacando que defenderá com afinco o presidente Lula e a candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência da república ano que vem. Logo após capturar Dantas, o delegado, estranhamente, foi afastado de suas funções. Não há exagero nenhum ao se presumir que ele sofreu uma retaliação apenas por querer cumprir seu dever, enquanto defensor da moralidade na condição de membro de uma das brasileiras instituições mais respeitadas.

Longe de suas atividades, Queiroz iniciou uma série de debates pelo país. Inicialmente, rejeitava a ideia de entrar para a política, apesar dos apelos feitos pelas plateias de alguns desses encontros. Aliás, tive a oportunidade de participar de duas palestras oferecidas por ele em Belo Horizonte. Pessoalmente, confirmei a impressão que tive quando o via na televisão. Trata-se de um homem de bem, com boas intenções e que transmite princípios éticos bem sedimentados em sua postura.

Existe um pensamento, às vezes atribuído ao filósofo Platão, que aponta que “a desgraça daqueles que não gostam de política é o fato de serem governados pelos que gostam”. Partindo desse princípio, fica reforçado o pensamento mais coerente de que não se deve marginalizar a política, sobretudo em tempos de crise, como vive atualmente o Congresso Nacional. O melhor caminho é trazer para a vida pública as pessoas de bem, como o delegado Protógenes. Assim, com o passar do tempo, a tendência é que a população faça uma espécie de seleção natural, excluindo politiqueiros que defendem interesses escusos.

Falando em honestidade na política, Protógenes, que inicialmente se mostrou reticente em ingressar na militância, chegará despreocupado ao PCdoB. O partido não tem em seus quadros ninguém que esteja envolvido com qualquer tipo maracutaia, o que evitará constrangimentos que certamente encontraria em outras legendas. O Partido Comunista do Brasil é a melhor casa para acolher o delegado. Nós o recebemos de braços abertos e prontos para aprofundar o debate em torno de um projeto de nação.

Por Orozimbo Souza Júnior – BH