PF deve pedir hoje quebra do sigilo de 'mensaleiros' do DF
A PF (Polícia Federal) começa nesta segunda-feira (14) a segunda etapa da operação Caixa de Pandora com pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos no chamado mensalão do DEM, entre os quais o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (que se desfiliou do partido), o presidente licenciado da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (DEM), parlamentares e secretários de governo. O pedido consta de relatório parcial a ser entregue ao ministro Fernando Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que preside o inquérito.
Publicado 14/12/2009 17:07
De um total de 36 investigados, pelo menos 18 tiveram envolvimento no esquema confirmado com a perícia dos documentos apreendidos na operação, em 27 de novembro. O objetivo da quebra de sigilos é investigar se os suspeitos tiveram movimentação bancária superior à renda e indícios de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro, detectados na primeira etapa da Caixa de Pandora. O relatório vai requerer novas buscas e apreensões em residências e escritórios dos alvos.
O documento também pede mais prazo para aprofundar as investigações, mas não deve incluir ainda pedidos de indiciamento ou de prisão. Além de reafirmar como agia o grupo, que operava o mensalão com propinas de empresários ligados ao governo, o documento detalhará os primeiros resultados da perícia realizada pelo INC (Instituto Nacional de Criminalística) nos computadores e materiais apreendidos.
A operação Caixa de Pandora apreendeu mais de R$ 700 mil nas casas e gabinetes dos políticos envolvidos, incluindo um anexo da residência oficial do governador. Ao todo, a operação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Segundo o inquérito da PF – que investiga os crimes de formação de quadrilha, crime eleitoral e corrupção -, o dinheiro vinha ilegalmente de empresas que têm contratos com o governo. Em troca dos pagamentos, elas conseguiriam facilidades em licitações.
Fonte: R7