Para húngaros, fim do socialismo na Europa é mais claro hoje
Em sua intervenção durante o primeiro dia do 10.º Encontro Internacional dos Partidos Comunistas e Operários, realizado em São Paulo, Gyula Thürmer, presidente do Partido Comunista dos Trabalhadores da Hungria, fez um balanço dos 20 anos de destruição do sistema socialista em seu país.
Publicado 22/11/2008 12:53 | Editado 13/12/2019 03:30
“20 anos se passaram da contra-revolução. Temos cada vez mais claras as razões que levaram ao colapso o socialismo na Europa Oriental.”
“O socialismo foi perdido porque os líderes soviéticos não quiseram manter o equilíbrio de poder e praticamente pararam de lutar contra o capitalismo”.
Foi perdido porque muitos partidos comunistas, após chegarem ao poder, perderam contato vital com as massas operárias, e mudaram para uma “nova classe”, como disse o escritor iugoslavo Milovan Djilas.
Foi perdido porque China e União Soviética tomaram rumos diferentes. Porque após a morte de Stálin a liderança soviética não aceitou Mao como novo líder do movimento revolucionário. E, tempos depois, ao invés de cooperar, Gorbatchiov tentou persuadir os chineses a aceitar o modelo da perestroika”.
A experiência do socialismo nos ensina que não há vitória sem uma ideologia transparente. Consideramos que o revisionismo e o oportunismo é agora o maior perigo que ameaça o movimento comunista. É ruim ser pobre, é ruim não ter dinheiro, mas nós perderiamos tudo se dessistíssemso de nossa convicção ideológica, se desistíssemos do Marxismo-Leninismo.
O reformismo não desaparecerá por si só. Nós temos de lutar contra isto, lutar ideologicamente, politicamente e de forma organizada.
A situação na Hungria está mudando. O povo já passou 20 anos no capitalismo e tem uma rica experiência concreta. Após 20 anos muitos húngaros entendem o que significa a exploração capitalista, o desemprego e a injustiça social. Por outro lado, os húngaros apreciam a existência do Partido Comunista dos Trabalhadores da Hungria, que sempre esteve no seu lado e lutou por seus interesses”.
“Não há uma situação revolucionária na Hungria e na região, mas as tensões políticas e sociais estão aumentando. Estamos convencidos de que a Europa oriental é uma importante reserva do processo revolucionário geral”.