Já é matematicamente impossível liquidar dívida nacional dos EUA
Muitas pessoas estão inquietas quanto ao rápido crescimento actual da dívida nacional dos EUA e estão a pedir uma solução. O que elas não percebem é que simplesmente não há solução sob o actual sistema financeiros estadunidense. Agora já é matematicamente impossível para o governo dos EUA liquidar a sua dívida nacional.
Publicado 07/02/2010 14:38
A verdade é que o governo dos EUA agora deve mais dólares do que os realmente existentes. Se o governo actuasse hoje e tomasse todos os centavos de todos os bancos, negócios e contribuintes americanos, ainda assim não seria capaz de liquidar a dívida nacional. E se assim fizesse, obviamente a sociedade americana cessaria de funcionar porque ninguém teria mais dinheiro para comprar ou vendar fosse o que fosse.
E o governo dos EUA ainda estaria com uma dívida maciça.
Então porque o governo estado-unidense simplesmente não acciona as impressoras e imprime um bocado de dinheiro para liquidar a dívida?
Bem, por uma razão muito simples.
Porque não é assim que o nosso sistema funciona.
Como se verifica, quanto mais dólares entrarem no sistema, mais aumenta a dívida do governo dos EUA.
O governo dos EUA não emite a divisa dos EUA – quem o faz é o Federal Reserve.
O Federal Reserve é um banco privado possuído e operado com o objectivo do lucro por um grupo muito poderoso da elite dos banqueiros internacionais.
Se tirar uma nota de dólar da carteira e der uma olhadela notará que no topo ela diz "Federal Reserve Note".
Ela pertence ao Federal Reserve.
O governo dos EUA não pode simplesmente criar novo dinheiro sempre que quiser sob o nosso sistema actual.
Ao invés disso, ele deve obtê-lo do Federal Reserve.
Assim, quando o governo dos EUA precisa tomar mais dinheiro emprestado (o que acontece um bocado nestes dias) ele vai ao Federal Reserve e pede-lhe mais alguns pedaços de papel verde chamados Federal Reserve Notes.
O Federal Reserve permuta estes pedaços de papel verde por pedaços de papel rosa chamados Títulos do Tesouro dos EUA. O Federal Reserve então vende estes Títulos do Tesouro ou mantém os títulos consigo (o que acontece muito actualmente).
É este o modo como o governo dos EUA obtém mais pedaços de papel verde chamados "U.S. dollars" a fim de colocá-los em circulação. Mas aos fazer isso, ele incide em ainda mais dívida pela qual terá de pagar ainda mais juros.
De modo que todas as vezes em que o governo estado-unidense fez isso, a dívida nacional torna-se ainda maior e passa a dever ainda mais juros sobre aquela dívida.
Começa a perceber o quadro?
Enquanto está a ler isto, a dívida nacional dos EUA é de aproximadamente US$12 trilhões, embora cresça tão rapidamente que é realmente difícil estabelecer um número exato.
Então quanto dinheiro realmente existe nos Estados Unidos de hoje?
Bem, há vários meios de medir isto.
A oferta monetária "M0" é o total de notas físicas, mais o dinheiro nos cofres dos bancos e todos os depósitos que aqueles bancos têm em bancos de reserva. Em meados de 2009, o Federal Reserve disse que esta quantia era cerca de US$ 908 bilhões.
A oferta monetária "M1" inclui toda a oferta monetária "M0" bem como todo o dinheiro possuído em contas à ordem nos bancos, além de todo o dinheiro contido em travelers' checks. Segundo o Federal Reserve, isto totalizava aproximadamente US$ 1,7 tilhão em Dezembro de 2009, mas nem todo este dinheiro realmente "existe" como veremos em momentos.
A oferta monetária "M2" inclui toda a oferta monetária "M1" mais a maior parte de outras contas de poupança, contas do mercado monetário, mercado monetário a retalho dos fundos mútuos e depósitos a prazo de pequenos valores (certificados de depósitos inferiores a US$ 100 mil). Segundo o Federal Reserve, isto totalizava aproximadamente US$8,5 milhões de milhões em Dezembro de 2009, mas, mais uma vez, nem todo este dinheiro realmente "existe" como veremos dentro de momentos.
A oferta monetária "M3" inclui toda a oferta monetária "M2" mais todos os outros Certificados de Depósito (depósitos a longo prazo e saldos dos fundos mútuos do mercado monetário institucional), depósitos de eurodólares e acordos de recompra. O Federal Reserve já não mantém registo do M3, mas segundo o ShadowStats.com ele está actualmente em torno dos US$ 14 milhões de milhões. Mas, mais uma vez, nem todos este "dinheiro" realmente "existe".
Então por que é que ele não existe?
É porque o nosso sistema financeiro está baseado em algo chamado reserva fraccionária da banca.
Quando você entra no seu banco local e deposita US$ 100, eles não mantêm os seus US$ 100 no banco. Ao invés disso, mantêm apenas uma pequena fracção do seu dinheiro ali no banco e emprestam o restante a alguém. Assim, se aquela pessoa deposita o dinheiro que acabou de ser tomado emprestado no mesmo banco, esse banco pode emprestar a maior parte desse dinheiro outra vez. Mas realidade, apenas US$100 realmente existem. O sistema funciona porque não corremos todos ao banco e exigimos todo o nosso dinheiro ao mesmo tempo.
Segundo o New York Federal Reserve Bank, a reserva bancária fraccionária pode ser explicada deste modo…
Grande parte do "dinheiro" não padrão hoje é basicamente feito a partir do ar.
De facto, a maior parte dos bancos não tem de todo exigências de reservas sobre depósitos de poupanças, Certificados de Depósito e certas espécies de contas do mercado monetário. Basicamente, as exigências de reservas aplicam-se só a "transacções de depósitos" – essencialmente contas à ordem.
A verdade é que os bancos hoje são mais livres do que nunca para "multiplicar" dramaticamente as quantias neles depositadas. Mas todo este dinheiro "multiplicado" está apenas no papel – ele realmente não existe.
A questão é que as medidas mais vastas da oferta monetária (M2 e M3) exageram amplamente quanto "dinheiro real" realmente existe no sistema.
Assim, se o governo dos EUA exigisse hoje todo dólar dos bancos, negócios e indivíduos nos Estados Unidos ele não conseguiria arrecadar US$14 trilhões (M3) ou mesmo US$ 8,5 trilhões (M2) porque estas quantias são baseadas na reserva fracionária da banca.
De modo que o resultado é isto…
1) Se todo o dinheiro possuído por todos os bancos, negócios e indivíduos dos Estados Unidos fosse reunido hoje e enviado ao governo dos EUA, não haveria suficiente para liquidar a dívida nacional estado-unidense.
2) O único meio de criar mais moeda é incidir em ainda mais dívida, o que torna o problema ainda pior.
Como se vê, isto é o que todo o Sistema Federal de Reserva foi concebido para fazer. Foi concebido para vagarosamente drenar a riqueza maciça do povo americano e transferi-la para a elite dos banqueiros internacionais.
Trata-se de um jogo concebido de modo a que o governo dos EUA não possa vencer. Tão logo eles criem mais moeda pela assunção de empréstimos, o governo dos EUA deve mais do que foi criado por causa dos juros.
Se você deve mais dinheiro do que alguma vez foi criado você não pode reembolsá-lo.
Isto significa dívida perpétua enquanto o sistema existir.
É um sistema concebido para forçar o governo estado-unidense a montantes de dívida sempre crescentes porque não há escapatória.
Naturalmente, se houvéssemos escutado o nosso muito sábio pai fundador, Thomas Jefferson, poderíamos ter evitado esta confusão colossal…
Nós podíamos resolver este problema encerrando o Federal Reserve e devolvendo o poder de emitir a divisa estado-unidense ao Congresso dos EUA (o que é aquilo que a Constituição dos EUA estabelece). Mas os políticos em Washington D.C. não estão prontos para fazer isso.
Assim, a menos que esteja desejoso de mudar fundamentalmente o sistema actual, você pode bem deixar de se queixar acerca da dívida nacional dos EUA porque agora é matematicamente impossível liquidá-la.
O original encontra-se em theeconomiccollapseblog.com
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .