PSB oficializa apoio a Dilma; em SP, legenda lança Skaf
O Diretório Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) confirmou, após reunião nesta sexta-feira (21/5), apoio à pré-candidatura à Presidência da República da petista Dilma Rousseff, e marcou a convenção partidária para 14 de junho. A decisão do diretório referenciou a orientação já tomada pela executiva nacional do partido, quando abandonou a pré-candidatura do deputado Ciro Gomes ao Palácio do Planalto.
Publicado 21/05/2010 17:11
O presidente do PSB, governador de Pernambuco Eduardo Campos, disse que o apoio deve ser recíproco. Ele espera que a pré-candidata petista dê tratamento igualitário em estados onde PT e PSB tiverem candidatos ao governo. "Dilma não é só candidata do PT. Ela é candidata de um conjunto de partidos e todos esses partidos terão de ser tratados de uma forma respeitosa e equilibrada. De outro jeito seria inaceitável", disse Campos, referindo-se à participação de Dilma nos palanques estaduais. Um exemplo é em São Paulo, onde o PSB lança hoje a pré-candidatura do pesidente da Federação das Indústiras do Estado, Paulo Skaf. Petistas já confirmaram a pré-candidatura do senador Aloísio Mercadante.
Segundo Campos, a não concretização da aliança com o PT em prol da pré-candidatura de Aloizio Mercadante não afetará a relação entre os dois partidos. "No segundo turno ou o PT vai apoiar a gente ou vamos apoiar o PT, não tem problema", garantiu. O líder socialista declarou anteriormente que a costura entre os partidos ficaria restrita às cúpulas partidárias de São Paulo.
Coligações
No encontro desta sexta-feira, foi aprovada a resolução que aponta orientações para as regras para alianças nas eleições deste ano. Na hora de formar alianças nos estados a prioridade do PSB seriam os partidos da base, especialmente siglas de esquerda. Além disso, todas as decisões dos diretórios regionais sobre o tema terão de ser homologadas pela direção nacional do partido. Mas os critérios definitivos para as alianças só serão fechados pouco antes da convenção.
Segundo o presidente da legenda, até o dia 14 os estados deverão encaminhar ao Diretório Nacional a situação das alianças em todos os estados. “Vamos decidir um critério único para todos os estados. Só podemos decidir isso depois que a campanha da Dilma decidir as alianças com todos os partidos”, disse o presidente da sigla.
A direção do PSB também criou um grupo de trabalho, formado por parlamentares, com a missão de elaborar sugestões para o programa de governo da pré-candidata do PT. No dia 30 de maio, um seminário vai discutir as contribuições do PSB ao programa petista.
Campos disse ainda que não serão proibidas alianças com partidos de oposição nos estados, mas a orientação é priorizar a composição com os partidos que apoiam a candidatura de Dilma. “Não se trata de proibição. Nos estados, as alianças autorizadas são dentro do campo de sustentação da candidatura de Dilma, com respeito às alianças que nós temos”, afirmou Campos,
Campos disse ainda que, nos estados onde o PSB apoia o PSDB, não haverá conflito com o PT, mas todos os candidatos pessebistas devem necessariamente apoiar Dilma Rousseff em nível federal. O PSB vai ter, no total, 10 candidatos a governador e nove ao Senado. No Paraná, o PSB vai apoiar o candidato Beto Richa, do PSDB, e na Paraíba, Ricardo Coutinho, do PSB vai ser apoiado pelo PSDB. Em Minas Gerais, o partido ainda não definiu quem apoiará.
Cicatrização
A cúpula do PSB evitou comentar as ausências de Ciro Gomes, do irmão dele, o governador do Ceará, Cid Gomes, e do ministro dos Portos, Pedro Brito, na reunião.
Para o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), é uma prova que ainda há desconforto pelo fato do partido ter desistido no meio do caminho da candidatura Ciro. “Mostra que a ferida aberta quando Ciro foi preterido está acabando de cicatrizar”, sintetizou.
Desde 27 de abril, quando o PSB decidiu enterrar suas chances de concorrer à presidência, Ciro está viajando no Exterior e ainda não garantiu que subirá no palanque de Dilma.
Da redação,
com agências