“Quero manter o nome Arroyo presente na luta”
A tentativa das forças fascistas do Rio de Janeiro e São Paulo quando invadiram o aparelho comunista da Rua Pio XI, na Lapa com objetivo de exterminar lideranças do movimento revolucionário brasileiro, não se atentaram a um detalhe: enquanto existir luta de classe, haverá também os comunistas, sonhando e lutando por liberdade e por um mundo mais justo.
Publicado 28/05/2010 18:31 | Editado 04/03/2020 17:18
É com esse espírito que o Partido Comunista do Brasil recebeu o novo filiado, Fernando Rodrigues Arroyo, neto de Ângelo Arroyo, líder comunista covardemente assassinado na chacina da Lapa, em 1976.
Filho de Lenine e Regina, Fernando nasceu após sete anos da morte de seu avô, mas lembra quando sua família falava da importância do PCdoB para Ângelo Arroyo.
“Quero manter o nome Arroyo presente na luta. Sei que não sou o meu avô, mas vou fazer de tudo para continuar a luta dele dentro da minha geração”, emocionou – se Fernando.
Fernando conta que faz tempo que tinha muita vontade de filiar no Partido Comunista do Brasil e que após a sessão da Anistia, realizada na Câmara Municipal de São Paulo, “se sentiu liberto para seguir o seu desejo de filiar e militar no PCdoB”.
“Agora quero conhecer tudo; estudar a história do Partido e me tornar um militante”, animou-se o neto de Ângelo.
“Os ideais dos queridos companheiros do Araguaia revivem em cada luta, em cada embate, em cada filiação para fortalecer o Partido Comunista do Brasil”, A filiação foi abonada pelo vereador Jamil Murad.
Arroyo filiou no Partido Comunista em 1.945, operário metalúrgico, foi um dos líderes do Sindicato dos Metalúrgicos na década de 50. Teve destacada participação na Guerrilha do Araguaia, sendo um dos comandantes do principal foco de resistência armada contra a ditadura militar.
Em 1.974, quando a organização guerrilheira se encontrava dispersa, Ângelo Arroyo conseguiu furar o bloqueio das forças armadas. Chegando à grande cidade, entregou um relatório detalhado sobre as atividades da guerrilha e também sobre as mortes dos revolucionários do Araguaia, sendo o principal documento do PCdoB sobre a guerrilha.
No dia 16 de dezembro, quando acontecia uma reunião de dirigentes do Partido Comunista do Brasil na Lapa, as forças armadas, de posse da informação de que João Amazonas estaria nessa reunião, seguiram para assassiná-lo. O exército chegou atirando sem dar chances às pessoas que ainda estavam dentro da casa, assassinando Ângelo Arroyo e Pedro Pomar.