Em último discurso, Uribe pede "perdão por erros cometidos"
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, se despediu dos colombianos por meio de um discurso, transmitido pelas rádios e TVs. Uribe, que governou os colombianos durante oito anos e que abandona a presidência com 75% de popularidade, pediu "perdão à nação inteira pelos erros cometidos."
Publicado 06/08/2010 11:24
"As boas sementes foram semeadas pelas Forças Armadas e meus colaboradores, os erros são meus", disse o presidente, que também pediu aos colombianos que apoiem o governo de Juan Manuel Santos. "Apoiemos todos o presidente Santos, seu governo, para que seja uma etapa de grande prosperidade para a pátria, com igualdade."
Santos assume o governo amanhã e estarão na posse, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner; do México, Felipe Calderón; do Uruguai, Pepe Mujica; do Peru, Alan García; do Chile, Sebastián Piñera; da República Dominicana, Leonel Fernández; do Panamá, Ricardo Martinelli; de Honduras, Porfirio Lobo; da Guatemala, Álvaro Colom; de El Salvador, Mauricio Funes; da Costa Rica, Laura Chinchila; e do Equador, Rafael Correa.
A presença de Correa provoca expectativas, já que as relações diplomáticas entre Colômbia e Equador estão rompidas desde o bombardeio militar colombiano de março de 2008 a um acampamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano.
Nesta sexta, Correa, confirmou que assistirá à cerimônia de posse, mas indicou que nunca se esquecerá do ataque ao território de seu país, em março de 2008. "Jamais esqueceremos o que ocorreu em 1º de março e que o senhor Santos, atual presidente eleito da Colômbia, foi o ministro da Defesa que ordenou a operação e que em um momento dado até se orgulhou disso", analisou Correa.
Ao ser perguntado se cumprimentaria o sucessor de Álvaro Uribe, o mandatário equatoriano respondeu que sim, pois "temos que olhar em direção ao futuro".
No discurso de dspedida, ao afirmar que durante seu governo alimentou o diálogo “menos agressivo” com o narcotráfico, Uribe deixou de mencionar a incursão em território equatoriano. “Tive a possibilidade de criar um fecundo diálogo nesses oito anos, um diálogo de alma, pouca atenção demos às tentações de diálogo dos terroristas, mas demos nosso amor ao diálogo fraterno com os colombianos de bem. Para mim, a possibilidade de diálogo com os senhores, durante esses anos, foi o céu na terra.”
Apesar de ter na militarização do país uma das principais características do seu governo, Uribe afirmou que os colombianos precisam de "uma nação segura, com Forças Armadas eficazes e uma sociedade desarmada".
"Demos pouca atenção às tentações de engano, de convite ao diálogo pelos terroristas, mas demos todo nosso amor ao diálogo fraterno com os colombianos de bem", disse, ao apostar que "depois das manchas da violência de dois séculos, as futuras gerações viverão felizes".
Novo presidente pode ajudar em conflito
A posse do presidente eleito da Colômbia deve ajudar a solucionar o impasse entre Colômbia e Venezuela. É o que defende o Brasil. Para o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, as duas nações vizinhas precisam aparar as arestas porque os dois países têm interesse em negociar. Ele também ressaltou, nesta quarta, que o conflito é ruim para toda a América Latina. Veja abaixo o vídeo com sua entrevista transmitida pela TV NBR:
Com Opera Mundi