Resultado do varejo sugere desaceleração marginal da atividade
Apesar da surpresa positiva vinda do desempenho do comércio de bens em junho, o segundo trimestre foi marcado por uma forte desaceleração ante o período anterior. A média móvel de três meses anualizada das vendas ampliadas, por exemplo, mostra queda de 7,4% até junho, com ajuste sazonal, após desacelerar de um pico de crescimento de 24,1% na mesma base de comparação, registrado em março deste ano, avalia Octávio de Barros, economista-chefe do Banco Bradesco.
Publicado 11/08/2010 17:38
Para o Bradesco, de maneira geral, essa evolução corrobora a expectativa de desaceleração no ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre em relação ao registrado entre janeiro e março deste ano. Para o restante do ano, diante das condições da demanda que permanecem fortes, o banco acredita que as vendas no varejo continuarão crescendo, mas em ritmo moderado.
O volume de vendas do comércio varejista registrou crescimento real de 1% em junho em relação a maio, na série livre de efeitos sazonais e apresentou alta de 11,3% quando comparado com junho de 2009, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esses resultados vieram acima das expectativas do Bradesco (-0,4% na margem e +8,8% na comparação interanual) e do esperado pelo mercado (+0,5% e +10,2%, nessa ordem). Assim, no trimestre até junho, o volume de vendas ficou praticamente estável (alta de 0,06%) em relação ao primeiro trimestre do ano, quando havia crescido 2,38% na mesma base de comparação.
(Maria de Lourdes Chagas – Agência IN)