Sem categoria

Evo Morales pode concorrer a 3º mandato em 2014

Em entrevista à cadeia de televisão CNN, o presidente das Bolívia, Evo Morales, falou sobre a possibilidade de disputar um terceiro mandato consecutivo. Segundo ele, o fato de ter sido eleito, desta última vez, sob a vigência de uma nova Constituição lhe permite concorrer, em 2014, àquela que seria sua primeira reeleição no Estado Plurinacional. Morales, contudo, disse que uma nova candidatura não dependeria apenas de sua vontade, mas "do povo boliviano".

"A Constituição política do Estado diz textualmente que se aceita só uma eleição e uma só reeleição. Essa minha gestão é a primeira gestão do Estado plurinacional", que sucedeu em 2009 a República, declarou o presidente. Morales chegou ao poder em 2006, com 54% dos votos, e seu segundo mandato  de cinco anos – já com a nova Carta – começou em 2010, após ganhar as eleições com 62% dos votos.

A nova Constituição, promulgada em fevereiro de 2009, autoriza uma única reeleição por cinco anos, e o presidente acredita que sua situação deve ser regida por essa nova norma. Se a lei for interpretada da forma como ele propôs, sua gestão pode ir até 2020.

A deputada da base do governo, Emiliana Aiza, avaliou, em entrevista ao jornal La Prensa, que cinco anos de gestão Evo sob a nova Carta não são sufucientes para o processo de mudanças. Ela defendeu que, nos próximos anos, "após consulta popular", se verá como viabilizar uma eventual reeleição: aplicando um referendo ou uma eleição.

Diante de questionamentos da oposição, após as falas de Evo à CNN, o vice-ministro da Coordenação Governamental da Bolívia, Wilfredo Chávez, assegurou que não existe nenhuma contradição jurídica em uma possível reeleição do presidente. Mas reiterou que será o povo que decidirá, quando chegar o momento, se o mandatário postulará ou não um novo mandato.

Ele fez alusão às versões da imprensa, que publicou que Morales afirmou que disputará a reeleição, quando, no seu julgamento, o chefe de Estado se referiu apenas a uma "interpretação da Constituição, que estabelece a figura da reeleição", ao responder a uma pergunta na CNN.

"Ontem o presidente foi muito claro na entrevista e se referiu à interpretação seca, clara, da Constituição do Estado, onde não existe nenhuma dúvida de que está perfeitamente habilitada a possibilidade de reeleição", disse o vice-ministro.

Segundo ele, quando se fala de uma reeleição, na Carta, a referência é "a uma só nos marcos da nova Constituição, mas será o povo soberano que finalmente terá a palavra se devem ser lançadas as candidaturas, ainda que estejamos com um prazo ainda distante (para isso). Mas fica o precedente, a palavra, a Constituição, para garantir que essa situação que esperamos não gere nenhuma polêmica ou oposição desnecessária".

Com agências