Com Luiza à frente, Guarulhos debate área de proteção ambiental

O ex-secretário de Meio Ambiente de Guarulhos Márcio Magalhães, em sua exposição, explicou que a proposta de criação da APA surgiu após um detalhado estudo sobre o meio ambiente da cidade, o que resultou na formação do “Sistema de Informações Ambientais do Município de Guarulhos”.
Segundo Magalhães, a idéia deste estudo que gerou um “Atlas Ambiental” é contribuir na formulação de políticas públicas para o meio ambiente. A APA – Cabuçu seria uma dessas políticas, assim como o projeto Ilhas Verdes, já em execução pelo Executivo.

Completaram a mesa de trabalhos, além de Magalhães que falou em nome da Universidade de Guarulhos e dos parlamentares Luiza Cordeiro e Zé Luiz, representantes das secretarias de Meio Ambiente e Habitação. O secretário adjunto Rodolfo Machado falou pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SDU).

A participação popular, sobretudo da juventude também foi marcante. Daniela Marques representando a Associação Cultural e Ambiental Chico Mendes questionou a argumentação de alguns parlamentares, que na semana passada recusaram um pedido de urgência para a votação do projeto – pedido por Luiza – alegando desconhecerem detalhes da proposta. “Por que eles não estão aqui?
Nós viemos para esclarecer as dúvidas e mostrar porque a APA é benéfica à comunidade”, disse – na região moram aproximadamente 75 mil pessoas. Em seguida outra jovem, Carla Micaelle, usou a tribuna da Casa, cobrou compromisso dos vereadores para a aprovação do projeto e leu um verso: “natureza, se você gosta preserve, se você não gosta respeite, pois vidas precisam dela, inclusive a sua”.

Cristiane Matheus, moradora da região, aproveitou o espaço para fazer uma denúncia. Parte do trecho norte do Rodoanel, conforme o projeto deve passar em áreas que estarão protegidas caso a APA seja aprovada – a prefeitura de Guarulhos e uma parte dos vereadores da cidade são contrários. Segundo Cristiane, sem prévio aviso ou autorização homens da DERSA já estariam demarcando as casas para serem desapropriadas. “Cheguei em casa e vi um chip instalado em minha calçada, sem autorização e explicação”, disse.

Ao escutar a fala de Cristiane, Luiza se prontificou a entrar em contato com a DERSA e buscar informações sobre os chips, bem como o porquê de não terem pedido autorização à proprietária do imóvel para a instalação artefato. Cristiane emendou, “onde eu moro o ar respirado é puro. O Rodoanel vai acabar com nosso ar puro”.

Ao final dos trabalhos Luiza reafirmou seu compromisso com a proteção do meio ambiente e engajamento pela aprovação da APA. Continuando, elogiou a participação da população. “A sociedade só será plenamente desenvolvida se a democracia for plena. Hoje, aqui, o público demonstrou interesse cívico”.

De Guarulhos, Gutemberg M. Tavares