TJ de SP solta Paulo Preto, preso em flagrante por receptação

O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, 61, teve trancada a ação penal de acusação de receptação de joia roubada. A decisão foi da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que aceitou nesta quinta-feira pedido de habeas corpus.

Paulo Preto foi preso no dia 12 de junho em uma loja do Shopping Iguatemi, em São Paulo, enquanto negociava um bracelete avaliado em R$ 20 mil, que havia sido roubado, ironicamente, da mesma loja de luxo no mês anterior.

Ele foi levado para o 15° Distrito Policial, no Itaim Bibi, onde ficou preso por dois dias.

Na época, a delegada do caso, Nilze Baptista Scapulatiello, revelou que foi pressionada por tucanos para soltar o ex-diretor.

Para o tribunal, não havia elementos para a continuidade da ação, apesar de Souza ter sido preso em flagrante e, segundo o Código Penal Brasileiro, o crime de receptação de mercadoria roubada ter pena superior ao crime de roubo em si.

Paulo Preto prometeu ainda processar o Estado e a delegada por danos morais.

O episódio foi usado na campanha eleitoral. No debate da TV Record, cinco dias antes do segundo turno, a então candidata petista Dilma Rousseff interpelou o tucano José Serra ao lembrar de Paulo Preto.

"A Polícia Civil de SP poderia investigar o fato de que ele [Paulo Preto] foi preso por receptação de joia roubada. […] Além disso, podiam ter aberto pelo menos uma sindicância", disse a agora presidente eleita.

Ele também se tornou personagem da campanha ao ser acusado, por integrantes do prórpio partido (PSDB), de arrecadar verba ilegalmente e desviar R$ 4 milhões destinados à campanha de José Serra.

Na campanha, ganhou repercussão uma frase dita ao jornal Folha de S.Paulo por ele sobre Serra: não se deixa "um líder ferido na estrada".

O Ministério Público também investiga a contratação da empresa do genro e da mãe de Paulo Preto por um dos consórcios construtores do Rodoanel.

O negócio foi feito em 2009, à época em que Souza era diretor da estatal paulista Dersa.

Com informações Folha de S.Paulo