Luiza articula inspeção e constata crime ambiental em Guarulhos

Diligência articulada por Luiza Cordeiro (PCdoB) constata desmatamento em área de Proteção Permanente

Área desmatada

Após receber denúncia apontando que uma área de Proteção Permanente no Cabuçu estaria sendo devastada, autoridades e defensores do meio ambiente realizaram dia 06/12 uma vistoria no local.

Quando chegaram à região constataram uma série de crimes, como desmatamento e remoção de mata nativa, aterramento de parte da floresta incluindo nascentes e obras de terraplanagem. Essas intervenções necessitam de licenças que devem ser expedidas por diversos órgãos, dentre eles o Ibama e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

“É preciso uma análise mais profunda, mas parece que aqui funciona um aterro clandestino. Este crime deve ocorrer há anos” disse a vereadora Luiza Cordeiro (PCdoB), idealizadora da vistoria. Fotos de satélite tiradas em 2004 apontam que um grande lago também foi aterrado.

Além da presidente da Comissão Permanente de Defesa do Meio Ambiente da Câmara, Luiza Cordeiro, participaram da diligência Alvaro Garruzi e Rodolfo Machado secretário e adjunto de Desenvolvimento Urbano, Roberto Fernandes investigador da Delegacia de Crime Ambiental, Edson Barros geólogo da secretaria de Meio Ambiente e os vereadores Lamé (PTdoB) e Helena Sena (PSC).

Caminhando em meio à mata nativa o grupo percebeu uma extensa plantação de eucalipto. “Isso pode servir de manobra para conseguir autorizações para desmatamento junto aos órgãos competentes. Plantam-se árvores exóticas na região, eucalipto, por exemplo, em substituição à vegetação nativa”, observou Luiza. Ao lado do terreno devastado funciona o Centro de Deposição de Resíduos (CDR), e também o aterro da Quitaúna para onde seguem milhões de toneladas de lixo.

Os trabalhos no local duraram cerca de 3h. Neste período foram percorridos um longo caminho. Pelos cálculos imagina-se que a área total devastada tenha cerca de um milhão de metros quadrados. Num certo ponto do terreno pode-se observar que máquinas fizeram movimentações no sentido de fechar uma mina de água. “É incrível como as pessoas estão agindo de forma criminosa e estão se sentindo à vontade, certas da impunidade”, declarou a vereadora comunista que ainda observou que as erosões existentes no local de vido ao desmatamento prejudicam a produção de água na região.

Constatadas as irregularidades, Luiza revelou que pretende ingressar no Ministério Público Estadual e Federal contra os responsáveis pelos crimes. O investigador Roberto Fernandes informou que irá apresentar um relatório ao delegado de Polícia Ambiental. “Ele é quem dará os encaminhamentos”, disse.

Uma questão maior envolvendo este caso é a aprovação da Área de Proteção Ambiental (APA Cabuçu-Tanque Grande). O projeto tem sido objeto de discussão na Câmara a mais de ano e prevê uma série de medidas para proteger àquela que é a maior floresta urbana do mundo. Luiza Cordeiro é defensora da aprovação da APA e teme que “interesses outros” estejam atrapalhando o desfecho positivo da questão.

Na mesma região o governo do Estado pretende construir o trecho norte do Rodoanel. A especulação imobiliária e empresarial também parecem atrapalhar a preservação da região.