Caricom critica lentidão no processo de reconstrução do Haiti
A Comissão Interina para a Reconstrução do Haiti (CIRH) tem mostrado falta de resultados, criticou o representante da Comunidade Caribenha (Caricom) nessa iniciativa, Percival J. Patterson.
Publicado 16/12/2010 09:05
O ex-premiê da Jamaica disse que os haitianos não podem continuar esperando, “não podemos permitir que as pessoas continuem vivendo nessas condições”, afirmou ao se referir as 1,3 milhão de pessoas que sobrevivem em barracas de campanha desde o terremoto de janeiro passado.
Ao intervir na quarta reunião da CIRH celebrada no hotel Hilton desta capital, Patterson recordou que na atualidade esse país sofre uma epidemia de cólera que já matou mais de 2.200 pessoas e infectou mais de 93 mil.
O representante do Caricom também se queixou da lentidão na retirada dos escombros e lamentou que a comissão tenha fixado outubro de 2011 como prazo limite para a eliminação de somente 40% destes.
Nessa data finaliza o mandato de 18 meses da comissão, recordou Patterson e denunciou que existem fundos que não estão sendo gastos, bem como a falta de transparência na contratação dos projetos aprovados.
Patterson também se queixou da falta do sentido de urgência dos planos de reconstrução, enquanto as atas das reuniões da CIRH não refletem plenamente as contribuições e sugestões de seus membros.
Além do ex-chefe de governo jamaicano, queixaram-se duramente os representantes do governo haitiano, descontentamentos pela falta de contato com o secretariado executivo da comissão.
Os delegados do governo do Haiti manifestaram sua rejeição de serem simples espectadores em reuniões que se limitam a ratificar decisões da direção da CIRH. Inclusive, na reunião celebrada em setembro em Nova Iorque nem sequer tinham postos atribuídos.
Ao inaugurar o encontro, o presidente dominicano, Leonel Fernández assegurou que o Haiti tem três grandes desafios que poderão ser superados com a ajuda da comunidade internacional e do povo haitiano em geral: a estabilização política, a cólera e o desenvolvimento econômico.
“Com o melhor esforço de todos e com a cooperação do povo haitiano e dominicano, nós podemos vencer estes grandes desafios”, disse o presidente.
Ele explicou que o processo de recebimento dos recursos que necessários para a recuperação do Haiti tem sido lento.
Fernandez adiantou que se espera que com a solução final do processo eleitoral e a instalação das autoridades no Haiti, a comunidade internacional possa trabalhar em conjunto com as novas autoridades no cumprimento de suas promessas.
O ex-presidente dos Estados Unidos e co-presidente da Comissão, Bill Clinton, destacaram o envio ao Haiti de 100 caminhões para remover escombros pela República Dominicana por causa do terremoto e a ajuda brindada para manejar a epidemia de cólera.
Fonte: Pátria Latina