UJS-RJ avalia processo eleitoral
Entre os dias 7 e 9 ocorreu a reunião da Direção Estadual da UJS-RJ. O primeiro dia contou com a participação do presidente do Partido e secretário municipal de Esportes, Romário Galvão, que abordou a conjuntura nacional. A entidade também avaliou sua participação na campanha eleitoral, aprovando um documento sobre o processo.
Publicado 10/01/2011 19:17 | Editado 04/03/2020 17:04
No dia 8, além de avaliar as eleições, a Direção Estadual da UJS debateu o planejamento das frentes de comunicação, tesouraria e movimento secundarista. No dia 9 foi a vez da organização, com debate sobre a estruturação da UJS no ano. Foi aprovada ainda a criação do Instituto Castro Alves (www.institutocastroalves.blogspot.com).
"A UJS-RJ está preparada para os desafios desse próximo semestre. Receberemos a 7º bienal de arte e cultura da UNE, o 1º Encontro Nacional de Grêmios da UBES e o 13º CONEB da UNE e estas atividades serão o ponta-pé inicial para a construção de uma grande jornada de lutas em nosso estado, em defesa da educação. Esta reunião foi uma parte importante desta preparação”.
AVALIAÇÃO DO PROCESSO ELEITORAL – UJS-RJ
O novo ciclo político aberto com a eleição do presidente Lula, em 2002, abriu novas perspectivas e apontou novos desafios para os movimentos sociais. Grandes e profundas foram as transformações, mas ainda existem grandes entraves, como a consolidação de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, que tenha como centro a valorização do trabalho. Para fazer avançar ainda mais as mudanças em nosso país, o 10º Congresso Estadual e o 15º Congresso Nacional da UJS apontaram como o grande desafio de 2010, a terceira vitória das forças progressistas, com a eleição de Dilma Rousseff para Presidente do Brasil.
Essa não foi uma eleição fácil. A despolitização do 1º turno, somada a campanha de baixo nível do PIG, que tentou ganhar a eleição na calúnia e difamação, colocou no centro da discussão pautas importantes, porém transversais (aborto, relações homoafetivas, etc) com um discurso conservador e mesmo religioso. Não conseguimos vencer no 1º turno. Aqui no Rio, soma-se a isso a pouca campanha da candidatura majoritária ao Governo do Estado, que em geral impulsiona grandes atividades de mobilização e o fator “Marina”. O resultado: “No Rio de Janeiro, no 1º turno, Dilma terminou em 1º lugar com 3.739.632 (43,8%) dos votos válidos; José Serra teve 1.925.166 (22,5%) dos votos válidos, ficando em 3º lugar, e Marina Silva obteve 2.693.130 (31,5%) dos votos válidos, terminando em 2º lugar no cômputo geral do Estado e sendo a 1ª colocada tanto em municípios grandes como Niterói, Petrópolis, Nova Friburgo, Cabo Frio e Teresópolis quanto em municípios de menor porte como São Francisco do Itabapoana, Arraial do Cabo, Miguel Pereira e Conceição de Macabu”.
Já no 2º turno, a inevitável polarização de projetos de país favoreceu a politização da eleição e a vitória de Dilma. No Rio, ela venceu com 60, 48% e Serra ficou com 39,52%. Vale destacar as iniciativas de mobilização que a UJS-RJ desenvolveu, com caminhadas, panfletagens, debates e nossa Ocupação da Lapa. A vitória de Dilma amplia as perspectivas, mas também os desafios de avançar ainda mais as mudanças estruturais que nosso país precisa.
Quanto à eleição para o Governo do Estado, Cabral teve uma ampla vitória, construiu uma base de apoio com 16 partidos. Sem grandes adversários, como Garotinho, Cabral enfrentou a frágil candidatura de Gabeira. Cabral se apoiou na aliança com o Governo Federal, e no debate das UPPs e UPAs.
Para a UJS-RJ foi uma rica experiência. Para deputado estadual lançamos uma candidatura (Igor Bruno) aprovada em nosso congresso, além de apoiar mais três candidatos (Willian Muniz, Odete Rocha e Fernando Cid). Para federal, além de concentrarmos nos candidatos prioritários do PCdoB (Jandira e Edmilson) ajudamos a consolidar importantes projetos locais (Saulo, Freixiela, Denilson e Madureira). Pela campanha do Igor ser nossa campanha prioritária é nela que nossa avaliação se deterá mais.
A idéia de lançarmos uma candidatura própria começou a se consolidar no início do ano. Nossa avaliação da maturidade política de nossa organização, da falta de candidaturas ligadas aos temas e questões de juventude e da possibilidade de eleger um de nós, motivou-nos a ousar conquistar mais este espaço.
Pela primeira vez, a UJS-RJ planejou, captou, coordenou e executou uma campanha eleitoral sozinha. Esse foi um grande aprendizado. Nossa militância cresceu imensamente. E fizemos uma linda campanha, com cara e jeito de UJS. Ousada, criativa, jovem! Em que pese termos demorado a entrar com força total na campanha, nossa pouca experiência e os erros pontuais de condução, essa campanha foi um marco para a UJS.
Obtivemos 4029 votos. Muito abaixo da nossa meta (20.000) e do que precisávamos para sermos eleitos. Alguns elementos devem ser levados em conta para entendermos este quadro.
Ou seja, tivemos uma derrota eleitoral, mas uma vitória política. Igor é hoje uma das principais lideranças da juventude em nosso estado. E a UJS-RJ vem aprendendo a fazer de fato uma campanha eleitoral, sem perder sua vocação para a luta política. Apesar das insuficiências ainda existentes, fizemos algumas atividades que devem ser ressaltadas:
Entrega da Plataforma Eleitoral – Foi uma movimentação importante e muito bem construída. Respeitamos a autonomia das entidades, conseguimos apresentar nossa plataforma de reivindicações, garantindo o compromisso da indicação das entidades para o Conselho Estadual de Educação e o apoio para o projeto “Rondon Urbano”. Essa movimentação também nos permitiu pressionar de forma mais concreta pelo envio do projeto da Meia Passagem para a Câmara Municipal.
Reserva de Vagas – No meio da intensa batalha eleitoral, fomos ousados e fizemos duas mobilizações pela aprovação da Reserva de Vagas na UFRJ. Uma vitória histórica, que teve nosso carimbo.
A tática do PCdoB nesta quadra da disputa de classes vem se materializando especialmente nos processos eleitorais. Foi acertada por parte da UJS disputar o parlamento e esta é uma movimentação que precisamos aprimorar.
Nós, no entanto, não somos um partido político. Nosso objetivo, nossa razão de existir não é de eleger parlamentares, essa é uma conseqüência natural do nosso crescimento e da construção cotidiana de lideranças. É isto que devemos perseguir.
A UJS-RJ deve querer para o próximo período ser ainda maior e mais influente, que tenhamos condições de ajudar a fortalecer o projeto do PCdoB para 2012, com ou sem candidatos da UJS, mas certamente com nossas pautas políticas no comando.
2010 foi sem dúvida um ano muito intenso para a UJS-RJ, por se tratar de período eleitoral, onde em geral nos desmontamos para a principal batalha (eleição), conseguimos cumprir durante todo o ano o calendário do M.E. e realizar atividades da UJS. Nossa derrota eleitoral foi uma grande vitória política, da qual devemos tirar as devidas lições.