“João Paulo não deixou a Prefeitura em situação difícil”
O ex-vice prefeito do Recife e vereador, Luciano Siqueira (PCdoB), desconstruiu o discurso do prefeito João da Costa (PT) de que teria recebido a Prefeitura com dívidas que superavam o saldo do caixa do Executivo Municipal. O comunista declarou que a nota enviada à imprensa pelo ex-prefeito João Paulo (PT), anteontem, esclarece os fatos.
Publicado 20/01/2011 11:25 | Editado 04/03/2020 16:57
Ele disse ainda que no balanço contábil de 2008, que consta no site da PCR, a administração passada deixou R$ 233.423.716,39 no caixa, e não R$ 10 milhões, como afirmou Costa, e que as dívidas correspondiam a R$ 78.554.679,17, e não R$ 110 milhões.
“Acho que o governo que não deixa dívidas é inoperante. João Paulo não deixou a Prefeitura em situação difícil, pelo contrário, deixou com capacidade para atrair recursos. Boa parte dos investimentos que fizemos foram revertidos em crédito para a gestão”, ressaltou Siqueira, durante entrevista à Rádio Folha FM 96,7, terça-feira (18).
Logo após, o deputado eleito colocou panos quentes no entrevero, classificando como “um mal-entendido” as declarações do gestor petista. “Não queria que ele tivesse se manifestado. A leitura que fiz da entrevista que João da Costa deu à Folha de Pernambuco é positiva. Para mim, ela não veio no sentido de herança maldita, até porque ele participou da gestão e a conhecia de perto”, relembrou.
O comunista também reforçou que acredita na recuperação da administração de João da Costa e que sempre o aconselhou a ir às ruas. “Fiquei muito feliz ao saber que ele está adotando esta postura”, assinalou. O vereador admitiu que o estilo de Costa difere do seu antessor no trato com a população. “Cada um tem o seu estilo. João Paulo tinha aquele jeito que onde chegava chamava atenção. Mas, no estilo dele, Costa vai se relacionar com o povo do Recife”, assegurou.
Quanto a uma eventual candidatura de João Paulo nas hostes comunistas, Luciano Siqueira colocou que seria “inadequado” convidá-lo enquanto ele estiver filiado ao PT. “O convite de Renato Rebelo (presidente nacional do PCdoB) não quer dizer que estamos convocando ele. É um gesto de confiança sinalizando que estamos de portas abertas, caso ele seja afastado do PT, nada foi formulado. O PCdoB tem que entender a conjuntura local”, destacou.
Fonte: Folha de Pernambuco