FAO recomenda programas como o Bolsa Família para outros países
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) recomendou, em um relatório divulgado esta semana, que os governos executem programas de segurança alimentar para as camadas pobres da população. Segundo a organização, os programas de transferência de renda ou alimentos são essenciais para o “desenvolvimento” de um sistema completo na cadeia de segurança alimentar. No Brasil, o carro-chefe dos programas de transferência de renda é o Bolsa Família.
Publicado 28/01/2011 14:35
A FAO advertiu ainda que políticas públicas inadequadas podem agravar a crise de alimentos causada pela alta dos preços no mundo. Para os especialistas, restringir as exportações, como optam alguns países superavitários, pode piorar a situação global, pois gera incerteza e a depreciação dos preços do mercado interno.
Segundo a entidade, não existe um “guia” com regras definidas sobre as medidas que devem ser adotadas para o sucesso em cada país. De acordo com especialistas, o ideal é buscar a combinação de ações políticas e programáticas adaptadas às condições locais e acordados pelas partes interessadas em cada país. E sugere que os governos estimulem a produção de sementes em parceria com escolas, comunidades, grupos de agricultores e cooperativas.
"A experiência da crise alimentar de 2007 a 2008 mostra que, em alguns casos, decisões tomadas de forma precipitada pelos governos, que tinham o objetivo de atenuar o impacto da crise, acabaram por contribuir e até agravar a crise impactando sobre a insegurança alimentar", disse o diretor de Políticas da FAO e da Divisão de Apoio ao Programa de Desenvolvimento, Richard China.
O Índice de Preços da FAO – que é uma espécie de referência de preços dos alimentos básicos em nível internacional – atingiu o pico em dezembro de 2010. "Com esse novo choque de preços agora, dois anos depois da crise, há uma séria preocupação sobre as implicações para os mercados de alimentos nos países vulneráveis", disse China.
De acordo com a FAO, os mais afetados pela alta dos preços são as pessoas que vivem em centros urbanos e pequenos agricultores de países em desenvolvimento. Segundo especialistas, os mais pobres gastam de 70% a 75% da sua renda para comprar alimentos.
Fonte: Informes PT