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Dossiê Serra: Mercadante nega envolvimento de Ideli

Na antevéspera de seu depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado — onde irá nesta terça-feira (28) para rebater a acusação de participação no chamado “escândalo dos aloprados”, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, saiu em defesa da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvati. Segundo ele, há uma tentativa de atingir a nova ministra e o governo Dilma Rousseff.

Em reportagem no fim de semana, a revista Veja afirma, sem dar provas, que em 4 de setembro de 2006 a então senadora petista Ideli Salvati participou das negociações para a compra de um dossiê contra o ex-governador tucano José Serra, que disputava e venceu a eleição contra Mercadante. Segundo a revista, Ideli teria ficado com a tarefa, após essa reunião, de divulgar o dossiê que mostraria ligações de Serra com empresários envolvidos em fraudes na saúde.

Mercadante confirma que houve uma reunião no seu gabinete, no Senado, em 4 de de setembro, com o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso e o sindicalista Osvaldo Bargas. Mas nega a participação do catarinense Jorge Lorenzetti, então analista de risco da campanha eleitoral do ex-presidente Lula e que seria a ligação com a também catarinense Ideli. Ele disse que a então senadora participou apenas do final da reunião.

“O Lorenzetti nunca esteve no meu gabinete. E qual a razão para citar o Lorenzetti? Por que construíram essa mentira? Para tentar colocar a Ideli. Como Lorezentti era de Santa Catarina, e como Ideli acabou de virar ministra, é uma forma de tentar envolver o governo Dilma que não tem nenhuma relação com esse episódio”, disse Mercadante.

Mercadante afirmou que Bargas e Expedito o procuraram na ocasião para alertá-lo que ele poderia ser envolvido no escândalo das sanguessugas num depoimento que seria dado no Conselho de Ética do Senado por um dos envolvidos no caso. Os interlocutores sugeriram a Mercadante, então líder do governo, o enfrentamento no Conselho, mas, segundo o agora ministro, ele resolveu consultar Ideli, que era líder do PT.

“Chamei Ideli no final da reunião, e ela disse que o Conselho de Ética não era o local adequado para tratar o assunto. Só isso”, disse Mercadante. Com o aval do Planalto, Mercadante irá ao Senado para rebater a polêmica reaberta semana passada, quando foi apontado pela Veja como um dos "mentores" da confecção do dossiê contra seu principal adversário na disputa pelo governo de São Paulo em 2006.

Da Redação, com informações do O Globo