Lula Morais alerta sobre crise nos EUA afetar economia brasileira
O deputado Lula Morais (PCdoB) disse, na sessão plenária desta terça-feira (09/08) da Assembleia Legislativa, que o Governo Federal precisa ficar atento às consequências da iminente crise na economia dos Estados Unidos. Segundo ele, a instabilidade norte-americana pode afetar o Brasil pelo fato de sermos o quarto maior investidor em títulos daquele país.
Publicado 09/08/2011 21:54 | Editado 04/03/2020 16:31
Caso os EUA de fato deem um calote internacional sem precedentes para segurar contas internas, como muitos especialistas preveem, o comunista acha que isso prejudicaria o fortalecimento da classe C brasileira. A chamada “nova classe média” que corresponde a 50% da população brasileira.
Conforme Lula, quase 40 milhões de pessoas alcançaram esse status nos últimos dez anos, passando a ganhar entre R$ 1 mil e R$ 4 mil mensais. O aumento no poder de compra faz com que sejam responsáveis pelo consumo de R$ 1 trilhão/ano. “Isso é mais do que o PIB (Produto Interno Bruto) das economias da América do Sul, tirando o Brasil”, comparou Lula.
O parlamentar informou que a classe C é composta 51% por mulheres, 63% por pessoas com mais de 23 anos e 89% por moradores de centros urbanos. Desses, 45% residem em cidades de pequeno porte e 32% em regiões metropolitanas. Além disso, a faixa etária de sete a 14 anos vai à escola na mesma frequência que as das classes A e B. “Significa que é uma classe em busca de aprendizado. É uma força motriz importante para o nosso futuro” frisou.
Lula Morais destacou ainda que seis em cada dez membros da classe C estão empregados, com 53% em postos formais. Três quartos têm casa própria. “O Governo pretende traçar o perfil dessa classe para constituir políticas públicas e estratégias econômicas. E possibilitar a incorporação de novas pessoas. Temos que nos preocupar com a nossa economia, porque o que está acontecendo a nível internacional pode atrapalhar essa perspectiva positiva que conseguimos”, pontuou, lamentando o alto valor pago pela energia no País.
De acordo com ele, temos a terceira maior tarifa do planeta, apesar de também termos a maior produção de energia barata (hidrelétrica). O comunista denunciou que, somente no primeiro semestre deste ano, a Coelce teve lucro líquido de R$ 235 milhões ao passo que o Brasil gastou R$ 500 milhões com geração de energia térmica em 2010. “Nossos reservatórios estão cheios e não temos benefício nenhum por isso”, lamentou.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PMDB) esclareceu como funciona o programa de distribuição de geladeiras da Coelce. “É uma verba federal que já existe para isso. As pessoas fazem comemoração para um lado errado”, considerou.
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Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa