Irã acusa Estados Unidos de procurarem dividir xiitas e sunitas
O líder supremo iraniano, aiatolá Alí Khamenei, pediu nesta quinta-feira (13) a religiosos muçulmanos que evitem sucumbir a um plano estadunidense para dividir a xiitas e sunitas, depois de se revelar um suposto complô de assassinato em Washington.
Publicado 13/10/2011 17:40
Durante uma reunião com religiosos, eruditos e seminaristas na província ocidental de Kermanshah, Khamenei destacou que os líderes xiitas e sunitas "devem permanecer muito vigilantes ante os complôs e achar formas de combater esquemas inimigos para separá-los".
O guia espiritual islâmico dividiu os ensinamentos do Islã em três etapas, a terceira das quais se registra agora, com os movimentos populares em países árabes do Oriente Médio e Norte da África.
O Irã tem uma população de maioria muçulmana xiita e seus líderes descreveram como bons os laços com a Arábia Saudita, onde governa uma monarquia wahabita, corrente conservadora do Islã sunita.
As palavras de Khamenei ocorreram no momento em que o ministro de Relações Exteriores, Alí Akbar Salehi, acusa a existência de uma nova campanha de propaganda contra o país, com o caso das suposições lançadas pelos Estados Unidos de que o Irã planejava assassinar o embaixador saudita em Washington.
Tais acusações pretendem "desviar a atenção dos atuais acontecimentos na região e para além", expressou Salehi à emissora iraniana PressTV, ao destacar que devido à onda de revoltas nos países islâmicos (em países árabes), os Estados Unidos estão perdendo seus aliados regionais.
Acrescentou que a economia norte-americana "está em farrapos e os estadunidenses tomaram as ruas para protestar contra as políticas de seu governo, fazendo com que eles (a Casa Branca) precisem de uma forma de escape e isso é exatamente o que fazem agora".
Depois de qualificar de "um palco infantil" o criado por Washington, o ministro iraniano afirmou que nos últimos 32 anos todas as conspirações contra a revolução islâmica fracassaram e a atual campanha do "Ocidente e do sionismo (Israel)" correrá igual sorte.
Um enfoque similar ofereceu o analista político Ismail Salami, para quem o poderoso lobby sionista inegavelmente influiu no plano para acusar Teerã de querer assassinar o diplomata saudita Adel Al-Jubeir com a ajuda de um cartel mexicano da droga.
Em declarações a PressTV, Salami alertou que a administração do presidente Barack Obama busca demonizar à República Islâmica e prova disso foram as declarações da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, as quais valorizou de "iranofóbicas".
Hillary conclamou na quarta-feira outras nações a "unir-se aos Estados Unidos" para condenar o que considerou "uma ameaça à paz e a segurança internacional", e a aplicar novas sanções econômicas contra o país asiático.
Com informações da Prensa Latina