Rússia critica utilização ilegal de resoluções da ONU
O ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, expressou nesta terça-feira (6) a preocupação de seu país pelo uso ilegal de resoluções do Conselho de Segurança da ONU e pronunciou-se contra a política de um peso e duas medidas na política internacional.
Publicado 06/12/2011 17:50
Ao pronunciar-se numa reunião de chanceleres em Vilnius, capital da Lituânia, Lavrov denunciou que resoluções do Conselho são manipuladas com fins ilegais, quando sob o lema da responsabilidade de segurança ocorre uma ingerência em conflitos internos a favor de uma das partes.
"Nisso podemos apreciar claramente uma política de um peso e duas medidas ao analisar ditames em situações de crise", declarou o diplomata russo, em clara alusão ao ocorrido com a resolução 1973 do Conselho de Segurança sobre a Líbia.
Tal documento tinha como propósito pôr fim à suposta violência de tropas governamentais líbias contra a população, inclusive com o uso de aviões, uma informação cuja veracidade especialistas põem em dúvida.
No entanto, sob a proteção da resolução 1973, o braço armado do imperialismo (a Otan) lançou bombardeios de março até outubro deste ano, resultando em milhares de civis mortos, no meio de seu apoio a formações opositoras armadas.
"Tudo isso pode ter consequências muito negativas", considerou o ministro russo, que afirmou que desdenhar o princípio da primazia da lei, sem importar quão nobres possam ser os propósitos, leva ao enfraquecimento da segurança regional e global.
Além disso, o desrespeito à legalidade destrói o fundamento no qual se baseia o sistema de relações internacionais, assinalou Lavrov, que por sua vez se pronunciou contra aprovar sanções unilaterais para castigar a Síria.
Moscou recusa em todo momento a repetição do padrão líbio em relação à Síria, conclamando todas as partes a sentar à mesa para buscar uma saída negociada em relação à crise interna.
Fonte: Prensa Latina