Argentina: Declarações do Reino Unido sobre Malvinas são ofensivas
O governo da Argentina classificou nesta quarta-feira (18) como “absolutamente ofensivas” as declarações do primeiro ministro britânico, David Cameron, que acusou o país do sul de “colonialismo” por sua reclamação de soberania das ilhas Malvinas, objeto de uma guerra entre ambas as nações em 1982.
Publicado 19/01/2012 15:15

“São absolutamente ofensivos, sobretudo se tratando do Reino Unido. A história mostra claramente qual foi sua atitude frente ao mundo”, manifestou o ministro do Interior Florencio Randazzo, como registrou a agência Efe.
O ministro indicou que o governo da presidente Cristina Kirchner, aspira que o Reino Unido “aceite a resolução das Nações Unidas (ONU) e aceite negociar a soberania do arquipélago localizado no Atlântico Sul.
O chanceler argentino, Oscar Laborde, disse que os últimos acontecimentos na América Latina demonstram o isolamento da Grã Bretanha em torno da questão das Malvinas.
Ele esclareceu ao jornal Página/12 que as nações da América Latina expressam cada vez mais respaldo à causa argentina, na demanda pela soberania sobre a ilha.
Como exemplo, Laborde citou o apoio recebido por parte do Mercado Comum do Sul (Mercosul), a União de Nações Sul Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
“Há evidentemente um avanço que vai terminar fazendo o império britânico sentar e negociar como foi resolvido pelas Nações Unidas”, assegurou o representante da chancelaria argentina.
Histórico
Em 1965, o Comitê de Descolonização da ONU decidiu que nas Malvinas há uma situação colonial que deve ser resolvida por meio de negociações entre a Argentina e o Reino Unido.
A Grã Bretanha enviou em 1833 uma navio de guerra que invadiu as ilhas e desalojou a população argentina que se encontrava neste território.
Cameron anunciou que convocou o Conselho Nacional de Segurança britânico para abordar a questão da situação nas ilhas.
Com base nas declarações da ONU, a Argentina sustenta que os malvinenses não têm direito à autodeterminação por se tratar de descendentes de colonos ingleses.
O governo argentino também reclama que o Reino Unido retome as negociações de soberania interrompidas desde a guerra travada em 1982, na qual triunfaram as tropas britânicas.
Fonte: AVN
Tradução: Da Redação do Vermelho