Indígenas bolivianos aproximam-se de La Paz em meio à incerteza
Nesta terça-feira (24), partiu de Calamarca marcha que reivindica a construção de uma estrada no Território Indígena e Parque Nacional Isiboro-Sécure (Tipnis). A marcha, que reúne cerca de 4 mil pessoas, está cada vez mais perto da capital do país, mas possivelmente mais longe de conseguir seus propósitos.
Publicado 24/01/2012 22:08
Apesar das simpatias que deixam por onde passam, das vozes de apoio que se levantam em todo o país, e até da aprovação do Executivo, a mobilização pela estrada enfrentará ainda grandes obstáculos até conseguir a permissão para que se construa o trecho de via.
Ao final, os integrantes da Confederação Indígena do Sul (Conisur) que marcham chegarão a La Paz, na Praça Murillo, e se reunirão com o presidente Evo Morales, mas isso não garante que o trecho da estrada entre Villa Tunari e San Ignacio de Moxos será liberado para construção.
O presidente deixou a entendido, em mais de uma oportunidade que apoia a posição dos manifestantes, que está a favor da estrada pelo que significaria quanto à saúde, educação e desenvolvimento para as comunidades da região, mas uma lei é sempre uma lei.
E essa mesma disposição, a chamada Lei Curta 180, foi aprovada em outubro passado, depois que outra marcha chegou a La Paz e se reuniu com o governante.
Embora reconheça que aqueles indígenas, da Confederação de Povos do Oriente Boliviano (Cidob), marcharam influenciados por organizações não governamentais e pela Embaixada dos Estados Unidos, voltar atrás na lei seria complicado.
No momento, Morales chamou os líderes indígenas da região para uma conversa franca e assegurou que o orçamento para a via está garantido.
O presidente assegurou que é decisão dos povos que habitam no local chegar a um consenso sobre a estrada, em uma determinação que poderia eternizar o conflito porque, enquanto uns defendem a estrada, outros se mostram completamente contrários.
Com posições tão distantes é pouco provável que os prós e os contras cheguem a um consenso, o que sinaliza para meses, ou anos, de disputa.
Segundo analistas, o problema do Tipnis só se resolveria caso fosse realiza uma consulta aos habitantes da região, aos dos departamentos de Beni e Cochabamba – os envolvidos na disputa- ou no país inteiro, pois o assunto afeta todos os bolivianos.
Por agora, a marcha se aproxima de La Paz, cidade onde preveem chegar em uma semana.
Fonte: Prensa Latina