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Talibã nega diálogo com os EUA e com regime afegão

Os talibãs negaram nesta terça-feira (1º/2) estarem dialogando com os Estados Unidos e com o governo do Afeganistão, desmentindo informações do Catar e da Arábia Saudita sobre reuniões para a suposta "pacificação e reconciliação" do país.

"Não há nada para valer nesses supostos relatórios que dizem que uma delegação do Emirado Islâmico (nome do governo Talibã de 1996 a 2001) se encontrará com enviados do governo de Karzai na Arábia Saudita em um futuro próximo", afirmou um comunicado publicado no site na internet "A voz da jihad".

Ontem um diplomata afegão em Riad disse que "duas delegações, uma do governo e outra dos talibãs, vão manter negociações na Arábia Saudita".

Esse desmentido assinado pelo porta-voz dos insurgentes afegãos, Zabihullah Mujahid, reitera que os talibãs não acordaram nenhum processo de negociação de paz com a comunidade internacional, "sobretudo com os estadunidenses".

Da mesma forma precisa que antes de qualquer negociação devem se completar medidas para gerar confiança, pressionando Washington para que cumpra com as demandas de libertar cinco talibãs sob sua custódia.

No início de janeiro, os rebeldes adiantaram sua disposição de abrir um escritório no Catar para discutir com os Estados Unidos, mas sem mencionarem o governo afegão, que eles desconhecem e consideram uma "marionete de Washington".

Pouco antes, o presidente Hamid Karzai encontrou-se em Cabul com o chanceler do Paquistão, Hina Rabbani Khar, para analisar a situação regional e o processo de paz.

Segundo o escritório da presidência afegã, Rabbani Khar sustentou que a visita "é um gesto de boa vontade por parte do Paquistão orientado a reforçar as relações bilaterais" e que "apoia plenamente" o processo de paz.

Karzai, por sua parte, reconheceu a importância do papel que pode cumprir o Paquistão nessa pacificação, e advertiu que a insegurança nos dois países "causou graves danos às pessoas e afastou as duas nações do caminho do desenvolvimento".

Vinte baixas

Ao mesmo tempo, aviões de combate do Paquistão atacaram supostos refúgios talibãs no noroeste do país, na fronteira com o Afeganistão, tendo matado 20 guerrilheiros, segundo informou a emissora de televisão Geo News.

Em um primeiro momento, alguns meios de comunicação locais e internacionais atribuíram o ataque a aviões teleguiados estadunidenses, mas militares paquistaneses confirmaram que a operação foi executada por unidades da força aérea nacional.

Os caças metralharam quatro acampamentos dos guerrilheiros no distrito tribal de Orakzai, o número de vítimas mortais pode aumentar quando for feita uma inspeção mais detalhada sobre o terreno, disse um oficial em Peshawar, capital da província do Waziristão do Norte.

Os esconderijos pertenciam às colunas dos comandantes Mulla Tufan e Moheyuddin, do Tehreek-e-Talibã Paquistão. Segundo alguns relatórios, o último pode ter morrido no ataque.

As mesmas fontes indicaram que a operação foi em resposta à dúzia de baixas causada ao Exército por uma coluna de rebeldes que tentou ontem desalojar os militares de uma zona por onde costumam cruzar desde o Waziristão do Norte para o território afegão.

Fonte: Prensa Latina