Índia testará míssil balístico internacional sem oposição externa
A Índia testará na quarta-feira (18) o míssil Agni-V, o que, segundo especialistas militares, implicará em uma notável ampliação de suas opções estratégicas por se situar muito próximo do exclusivo clube de nações com meios balísticos intercontinentais. Como é aliada dos Estados Unidos, o tratamento para com o projeto indiano é bem diferente que o dado pelo imperialismo para com o projeto norte-coreano.
Publicado 16/04/2012 16:30
Com capacidade para portar ogivas nucleares de mais de uma tonelada e abater objetivos a cinco mil quilômetros de distância – qualquer ponto da Ásia ou Europa – o foguete é o último na série Agni ("fogo" em hindi).
Citado pelo jornal The Hindu, Avinash Chander, um alto servidor público da Organização de Investigação e Desenvolvimento de Defesa da Índia (DRDO) apontou que o domínio desta tecnologia comportará uma "mudança de jogo" nas opções estratégicas do gigante asiático.
Até agora, só os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas – Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido –, e se indica que Israel, possuem mísseis balísticos intercontinentais.
Através do diretor da DRDO, V. K. Saraswat, e de outros altos chefes militares, a Índia cuidou-se de advertir que se manterá fiel à política do "não primeiro uso" de seus meios e armas nucleares enquanto estes unicamente têm fins dissuasivos.
Com 17 metros de comprimento e 50 toneladas de massa, o Agni-V se submeterá a prova de uma rampa móvel na ilha de Wheeler, próxima à costa do centro-oriental estado de Orissa, e se repetirá com certa regularidade a fim do deixar pronto para seu uso operacional para 2014.
Em novembro do passado ano a nação sul-asiática realizou com êxito o teste do Agni-IV, que tem um alcance de até 3.700 quilômetros. O míssil foi mostrado pela primeira vez em público em 26 de janeiro, durante um desfile militar pelo Dia da República.
A séria Agni é a base do arsenal índio de dissuasão nuclear e também inclui ao Agni-I (de 700 km a 1.200 km de alcance), o Agni-II (de 2.000 km a 2.500 km) e o Agni-III (de 3.500 km a 5.000 km).
As Forças Armadas da nação sul-asiática contam além disso com a série Prithvi, também de diferentes alcances, e o Brahmos, o de maior capacidade e desenvolvido em cooperação com o complexo militar russo.
Todos são capazes de portar ogivas nucleares e fazem parte da corrida armamentista que a Índia mantém com seu vizinho e rival Paquistão, também possuidor de tecnologia para fabricar mísseis balísticos do mesmo tipo.
Os Estados Unidos e seus satélites não fizeram qualquer pronunciamento a respeito do lançamento do vetor balístico indiano, pois trata-se de um país tradicionalmente aliado do imperialismo e comprador do complexo militar industrial americano.
Com informações da Prensa Latina